Embora o ano de 2024 registre cerca de 18 mil casos prováveis ou suspeitos de Mpox, com 629 mortes relacionadas à doença, há um foco especial na nova variante 1b, que tem se propagado rapidamente. Até agora, foram registrados cinco mil casos e 31 óbitos nas províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul, no Congo, onde essa nova variante foi identificada.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), sob a liderança de seu diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, tem monitorado de perto essa propagação. De acordo com a entidade, além do Congo, 258 casos da variante 1b têm sido confirmados no Burundi. Outros países também registraram casos da nova variante, incluindo quatro em Ruanda, quatro em Uganda, dois no Quênia, e também um na Suécia e um na Tailândia – os primeiros casos confirmados fora do continente africano.
Tedros expressou também preocupação com a variante 1a, mais antiga e ainda em circulação. Durante uma coletiva de imprensa realizada em Genebra, o diretor-geral da OMS relatou suas conversas com o presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, que comprometeu US$ 10 milhões para combater o surto do vírus na região. Além disso, foram discutidas propostas para ampliar a vacinação contra outras doenças, como a pólio, sarampo e malária.
A OMS tem trabalhado incansavelmente para acelerar o acesso e a entrega de vacinas contra a Mpox, tanto no Congo quanto nos países vizinhos atingidos pelo surto. Segundo Tedros, os fabricantes de duas vacinas preventivas contra a doença submeteram à OMS pedidos para uso emergencial das doses. Como precedente na luta contra a doença, a agência reguladora do Congo aprovou ambas as vacinas contra a Mpox em junho deste ano, e o governo apelou por doações por parte de países de alta renda.
Além disso, a OMS também esclareceu que está incentivando os fabricantes de testes de diagnóstico de Mpox a submeterem manifestações de interesse para uso emergencial. A entidade pretende coordenar e colaborar no desenvolvimento de vacinas, testes e medicamentos.
Em uma nota final, Tedros saudou a importância das vacinas, mas enfatizou que elas não são a única ferramenta de combate à Mpox. Alertou para a situação política precária e insegurança no leste do Congo, que agravam os esforços para combater a doença. Ele concluiu seus comentários reiterando a necessidade de uma resposta política que, acima de tudo, ofereça stabalidade e segurança que, em última análise, auxiliará na luta contra a propagação do vírus.