A cidade do Rio de Janeiro está arquitetando uma mudança significativa no que diz respeito à segurança pública. A proposta é transferir chefes da facção Comando Vermelho, atualmente encarcerados no sistema prisional estadual, para presídios federais. A justificativa está na dificuldade projetada para que esses chefes criminosos mantenham contato com seus subordinados ainda em liberdade.
O pedido de transferência, discutido em uma reunião do setor de Inteligência das secretarias de Polícia Civil, Polícia Militar e de Administração Penitenciária com o secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, é uma resposta direta do governo estadual aos atos covardes praticados por lideranças de dentro das cadeias. Tais atos incluíriam a emissão de ordens para que membros sob sua autoridade ataquem áreas controladas por facções rivais, numa tentativa de ganhar mais território e poder.
O governador Cláudio Castro determinou que a Secretaria em conjunto com o serviço de inteligência das polícias e do Ministério Público e também da Justiça, identificasse as principais lideranças do Comando Vermelho, que, segundo ele, tem sido ousado na tentativa de retomar e expandir seus territórios.
O secretário de Segurança Pública assinalou que essa facção tem realizado uma série de ataques, causando transtornos ao estado do Rio de Janeiro. O ataque mais recente e que serviu como desencadeador para o pedido de transferência, aconteceu na noite de domingo, quando traficantes abriram fogo na Praça Barão de Drummond, em Vila Isabel, zona norte do Rio.
O atentado resultou em cinco mortes e vários feridos, provocando uma resposta imediata do governo. Castro ordenou um trabalho de inteligência para verificar quais lideranças do Comando Vermelho poderiam estar envolvidas nesse e em outros ataques pelo Rio, que, mesmo estando presas, continuam exercendo uma liderança sobre os seus liderados que estão soltos em comunidades do Rio.
A Secretaria de Segurança não só pedirá a transferência desses criminosos, mas também solicitará à Justiça que esses indivíduos sejam levados a uma unidade federal diferente daquela onde o traficante Marcinho VP, um dos chefes do Comando Vermelho, está preso.
De acordo com o governador do Rio, sua equipe, em parceria com o Ministério Público, está individualizando cada pedido de transferência com justificativas específicas. Vamos dar o nome e mostrar as ações ordenadas pelo criminoso e as consequências da ordem que partiu dele. Queremos a judicialização de cada conduta, afirmou em nota oficial.
A Secretaria de Polícia Civil, por sua vez, afirma que o ataque está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital e que três suspeitos foram identificados, sendo que as diligências estão em andamento para elucidar todos os fatos.