A greve e a consequente redução das atividades na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão gerando preocupações significativas no setor da saúde. Repercussões desses problemas vieram à tona durante uma recente reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde empresários do setor da saúde destacaram o impacto que a paralisação poderia acarretar na indústria.
Em julho, uma greve de 48 horas paralisou o serviço na Anvisa e em outras agências reguladoras, gerando um acúmulo de trabalho e atrasos. A situação, que já persiste por cerca de dois meses, tem afetado diretamente o registro de produtos, inclusive de fármacos e dispositivos médicos.
Presidente, a Anvisa não pode parar. Ela representa 25% do PIB brasileiro. É preciso urgentemente resolver essa situação, afirmou Paulo Henrique Fraccaro, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo) durante o encontro.
A interrupção dos serviços na Anvisa ameaça ainda o fornecimento de matéria-prima para medicamentos. Muitos desses insumos são importados, incluindo o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), vital para a formulação de medicamentos. Com a greve, há risco de comprometimento dos estoques das empresas.
Outro ponto ressaltado foi a urgência em resolver a negociação salarial com os servidores da Anvisa. Reginaldo Arcuri, presidente-executivo da FarmaBrasil, destacou que a agilidade nesses procedimentos é essencial para que os investimentos do setor não fiquem represados por falta de ação da agência.
Também se fala de um valor médio de medicamentos pendentes de análise na Anvisa que atingiu R$ 17 bilhões em 2023, segundo Arcuri. Em resposta a essas preocupações, a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, indicou um reajuste de 23% nos salários para ser dividido em duas parcelas em janeiro de 2025 e abril de 2026.
