Quem tem paixão pelo cinema brasileiro irá apreciar a retrospectiva de um verdadeiro ícone do setor: o belga Jean-Claude Bernadet, que com 88 anos, se prepara para o lançamento de um novo livro de autoficção, mesmo enfrentando os desafios da degeneração na retina que o levou a se afastar das salas de cinema.
Essa mostra de filmes, cuja exibição tem acesso livre, será um tributo marcado por uma homenagem justa ao significativo impacto que Bernadet teve no ramo do cinema ao longo de mais de seis décadas de atividades. Seus filmes serão exibidos no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em três grandes cidades brasileiras: Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
Bernadet, a despeito dos obstáculos, segue com uma rotina produtiva, trabalhando em pequenos filmes – poesias audiovisuais – junto com seus parceiros e preparando seu novo livro de autoficção intitulado Viver o Medo, uma obra que escreveu ao lado da ex-aluna Sabrina Anzuategui.
Além disso, o cineasta ostenta uma memória impressionante dos primeiros anos do ensino de cinema na Universidade de Brasília durante a ditadura militar. Sua participação substancial como ator em filmes recentes de cineastas emergentes também é parte do legado de Bernadet. A despeito de sua icônica presença no cenário cinematográfico brasileiro e de sua influência inegável, o artista belga mantém uma perspectiva humilde, atribuindo seu sucesso ao reconhecimento e ao ambiente cultural que o acolheu.
A mostra com os prodigiosos trabalhos de Bernadet promete proporcionar ao público uma oportunidade valiosa para apreciar a magnificência de seu legado e homenagear a contribuição de Jean-Claude Bernadet ao cinema nacional.
A memória deste aclamado artista oferece uma rara perspectiva sobre a evolução do setor ao longo das décadas tumultuadas do século passado. Com seu livro e o contínuo envolvimento com o cinema, ele encaixa peças do passado ao presente, mantendo viva a tradição do cinema brasileiro. Portanto, as perspectivas dessa lenda do cinema, sem dúvida, carregam um valor incalculável para o setor e para a cultura brasileira como um todo.
Da criação da Universidade de Brasília à luta pela liberdade durantes tempos sombrios e à luta pessoal com a deteriorização da visão, a história de Bernadet se mistura à trama de um grande roteiro de cinema – recheado de paixão, perseverança e um amor eterno pela arte do cinema. Lembrar e homenagear sua contribuição para a indústria nacional é a maneira ideal de garantir que o legado de Jean-Claude Bernadet continue inspirando as futuras gerações.