Seis anos após um incêndio devastador no Museu Nacional no Rio de Janeiro, um novo horizonte surge para a cultura e a educação. A Estação Museu Nacional foi inaugurada na quinta-feira, tornando-se o primeiro espaço permanente dedicado ao contato de estudantes com o rico acervo da instituição. Esse novo espaço, aproxima a cultura do povo, encontrando-se a 400 metros do histórico palácio ainda em reconstrução.
O incêndio, ocorrido no dia 2 de setembro de 2018, destruiu 80% dos 20 mil itens do acervo. Contudo, este novo espaço, aproximadamente do tamanho de cinco quadras poliesportivas, abriga uma vasta coleção de artefatos variando desde fósseis, representações de dinossauros, espécies diversas de animais, itens da cultura indígena e símbolos do folclore brasileiro a tesouros do antigo Egito – como a representação de um sarcófago.
Durante os últimos seis anos, enquanto trabalhava em sua recuperação, o Museu Nacional organizou exposições temporárias em vários locais, incluindo o prédio da Casa da Moeda e o Centro Cultural Banco do Brasil, localizados no centro do Rio de Janeiro. Agora, com a inauguração da Estação Museu Nacional, a instituição possui um espaço permanente para visitação, muito próximo ao palácio em reconstrução. O acervo deste novo espaço mistura doações recebidas após o incêndio e itens recuperados.
Vale ressaltar um item de particular interesse: o Amuleto da Cantora de Amon, uma sacerdotisa que viveu há mais de 2,7 mil anos, na atual cidade egípcia de Luxor. Este amuleto foi descoberto nas escavações para recuperação do acervo após o incêndio, sendo agora exposto à luz do sol pela primeira vez em 2,7 mil anos.
Alexander Kellner, diretor do museu, destaca que a inauguração da Estação Museu Nacional serve como um lembrete de que o Museu Nacional não terminou com o incêndio e transcende a questão da exposição. Mantivemos nossa atividade de pesquisa e ensino, nossa interação com o público foi o que sofreu mais. Agora temos um espaço físico permanente para receber o público escolar, afirmou Kellner.
O Museu Nacional, afiliado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, realizou a recuperação com uma variedade de apoiadores, incluindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Vale, Bradesco e o Congresso Nacional. A Estação Museu Nacional é patrocinada pela Rede D’Or.
A nova Estação Museu está agora de portas abertas para receber visitantes, particularmente, estudantes. As visitas à Estação Museu Nacional podem ser agendadas por email, e pode acomodar grupos de até 40 alunos. Desta forma, o Museu Nacional renasce como uma ferramenta de educação, preparando-se para continuar sua missão de interligar a sociedade, cultura e ciência.
