A Organização Mundial da Saúde (OMS) disparou um alerta nesta terça-feira destacando surtos de doenças e o fechamento em escala de hospitais no Líbano, complicando ainda mais uma situação catastrófica. Ian Clarke, gerente adjunto de Incidentes da OMS para o Líbano, ressaltou que a aglomeração nos abrigos e o fechamento de hospitais, com a evasão maciça de médicos que fogem do conflito armado com Israel, aumentam significativamente o risco de surtos de doenças no país.
O conflito no Líbano, envolvendo as forças israelenses e o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, tem se intensificado, matando mais de mil pessoas nas últimas duas semanas e provocando uma fuga em massa da população. Esta situação sombria tem sobrecarregado o já frágil sistema de saúde do país, tornando-o ainda mais vulnerável a surtos de doenças graves.
A OMS identificou a presença de doenças que poderiam ser evitadas pela vacinação como diarreia aquosa aguda e hepatite A, entre outras. O cenário torna-se ainda mais dramático quando se descobre que cinco hospitais já fecharam suas portas e outros quatro estão operando apenas parcialmente. Os hospitais encerraram suas atividades principalmente devido à fuga de médicos, impulsionada pelos combates ou por orientação das autoridades libanesas.
O país também enfrenta uma profundidade de crise na produção de alimentos, com terras agrícolas devastadas pelo conflito. A preocupação foi expressa por Matthew Hollingworth, diretor nacional do Programa Mundial de Alimentos (PMA) no Líbano. Milhares de hectares de terras agrícolas foram abandonadas ou queimados em meio ao aumento das hostilidades no país, levando a uma preocupante diminuição na produção de alimentos.
Com colheitas perdidas e produtos apodrecendo nos campos, há uma preocupação crescente sobre como o Líbano continuará alimentando seu povo em meio a esta crise de saúde e militar sem precedentes.
Em resumo, a situação no Líbano é alarmante. O risco de surtos de doenças preventíveis está aumentando, o sistema de saúde está sofrendo com o fechamento de instituições fundamentais e a capacidade do país de produzir alimentos está sendo gravemente prejudicada pelo conflito em curso. As autoridades mundiais de saúde e alimentação estão alertando sobre esses desafios, na esperança de galvanizar apoio internacional para abordar essa crise complexa e multidimensional.