Inicia neste sábado (17) a 4ª edição da Mostra de Cinema Árabe Feminino, na cidade do Rio de Janeiro. Com o principal objetivo de desmontar estereótipos que acompanham a imagem das mulheres árabes, a mostra apresentará 27 produções cinematográficas, que incluem longas, curtas metragens, documentários e narrativas experimentais. Esta iniciativa cultural convida o público a mudar sua visão sobre a população árabe, principalmente a feminina, através do trabalho de mulheres talentosas do cinema.
As exibições ocorrerão em quatro locais diferentes: no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na Universidade Federal Fluminense (UFF) localizada em Niterói, e em mais dois endereços em Duque de Caxias. As sessões serão totalmente gratuitas, facilitando ainda mais o acesso à esta rica experiência cinematográfica.
A curadoria do evento está nas mãos das brasileiras Analu Bambirra e Carol Almeida, juntamente com a egípcia Alia Ayman. O trio se propõe a trazer uma discussão sobre questões políticas do mundo árabe sob a perspectiva feminina. Ao total, são obras de mulheres árabes, de países diferentes, e também de diáspora, que é a saída forçada de pessoas de seu local de origem.
A crise da Faixa de Gaza têm sido destaque nos noticiários há quase um ano, devido à ofensiva israelense em retaliação ao grupo extremista islâmico Hamas, ocorrida em 7 de outubro de 2023. A temática palestina será um dos assuntos principais na mostra. Dentre as obras, “Vibrações de Gaza”, da diretora Rehab Nazzal, retrata a realidade de Gaza sob a perspectiva de crianças surdas. “O seu pai nasceu há 100 anos assim como a Nakba” discute a situação de palestinos que são impedidos de retornar à sua terra natal e o fazem por meio de uma viagem virtual, pelo Google Maps.
Para Analu Bambirra, uma das curadoras do evento, esta é uma oportunidade de mudança efetiva na visão ocidental sobre o povo árabe, especialmente a mulher. Segundo Analu, a mulher árabe tem sido retratada como submissa e oprimida, e o evento mostrará a verdadeira face dessas mulheres: à frente da criação artística, criando narrativas e se arriscando em contextos difíceis.
Além disso, algumas exibições irão incluir sessões comentadas e mesas redondas, promovendo espaços de discussão, diálogo e interação entre o público e os criadores. Analu ressalta que o objetivo da mostra não é oferecer uma única representação sobre o que é ser mulher no mundo árabe, mas sim revelar diferentes nuances e realidades através da pessoa do cinema.
A 4ª edição da Mostra de Cinema Árabe Feminino promete ser um espaço de reconexão com a vivência da mulher árabe, reafirmada na expressão cinematográfica, ao mesmo tempo que valoriza a cultura e as discussões sociais de um ocidente em constante mudança.
