Este mês marca um momento significativo na política de defesa global, com a Rússia e a China iniciando exercícios militares conjuntos. O objetivo declarado é aprimorar a capacidade de resposta conjunta a potenciais ameaças.
A agência oficial de notícias chinesa, Xinhua, relatou que os militares russos enviarão forças navais e aéreas para participar do exercício, que acontecerá no Mar do Japão e no Mar de Okhotsk até o final de setembro. Este anúncio veio como uma declaração oficial do Ministério das Relações Exteriores da China, que também revelou que Wang Yi, o ministro dos Negócios Estrangeiros, visitará a Rússia para uma reunião sobre cooperação militar e segurança em São Petersburgo.
Os temas centrais do debate serão os exercícios militares conjuntos no Pacífico ocidental, que buscam ampliar a presença russa no cenário internacional enquanto exploram o papel de Pequim na segurança regional.
Os exercícios conjuntos pretendem aprofundar o nível de coordenação estratégica entre os militares chineses e russos e aumentar a capacidade de resposta conjunta a ameaças à segurança, como destacou a Xinhua.
Este notável esforço conjunto entre as duas potências vem à luz de um impulso intensificado para cooperação militar, econômica e diplomática. Face a sanções internacionais sem precedentes, a Rússia buscará, cada vez mais, o apoio de Pequim para contrabalançar a pressão de outras partes do mundo. Deste modo, Moscou e Pequim ressaltam uma parceria estratégica que poderia alterar o equilíbrio do poder global.
O Presidente russo, Vladimir Putin, confirmou a esperança de que o líder chinês, Xi Jinping, participe da cúpula do Brics em Kazan, na Rússia, em outubro. O bloco Brics, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, vem aumentando desde sua fundação em 2009, incluindo agora grandes economias emergentes como os Emirados Árabes Unidos e o Irã.
Entretanto, os efeitos duradouros dessa crescente cooperação militar entre a Rússia e a China na paisagem política global ainda estão para serem vistos. De qualquer forma, o momento atual marca um ponto de inflexão significativo nas relações Rússia-China.