As eleições municipais marcadas para outubro de 2024 têm observado uma acentuada redução no número de candidatos. O Rio de Janeiro, um dos estados mais políticos do Brasil, apresenta números que confirmam essa tendência. Os registros de candidatura apontam que houve uma significativa diminuição de 34,56% no número de candidatos em relação às eleições municipais anteriores.
O Tribunal Eleitoral do Rio recebeu 17.365 pedidos de registro de candidatura este ano, uma queda acentuada em comparação com os 26.538 pedidos do último pleito. Todas essas candidaturas, incluindo objeções e recursos, devem ser julgadas até 16 de setembro.
Essa redução no número de candidatos é atribuída a uma mudança na legislação eleitoral, que alterou a forma como os partidos podem lançar candidaturas. Atualmente, a lei exige que cada partido político ou federação registe candidatos para as câmaras municipais até o limite de 100% do número de vagas a preencher mais um. Antes, esse limite era de 150%.
Segundo os dados, do total de candidatos registrados este ano, 1.012 buscam a reeleição, o que representa 5,82% do total. Dessas candidaturas, 940 são para vereadores, 50 para prefeitos e 22 para vice-prefeitos.
Na demografia eleitoral, apesar das mulheres serem maioria no eleitorado fluminense, elas representam apenas 34% das candidaturas, com 5.819 pedidos de registro. Os homens são mais representados, totalizando 66% dos pedidos, num total de 11.546 registros.
Nas questões de diversidade de gênero, foram declarados 14 nomes sociais e 45 candidatos (0,26% do total) se identificam como transgêneros. Além disso, a representação racial demonstra que quase 9 mil candidaturas (51,68% do total) são de pessoas que se identificam como pretas ou pardas, 47,62% são de pessoas brancas e apenas 0,14% (24 candidatos) são indígenas.
Quanto à faixa etária, a maioria dos candidatos tem entre 45 e 49 anos, representando 16,98% do total. Juntamente com isso, quase 5.000 candidatos declaram ser pessoas com deficiência – mais de metade dos quais têm dificuldades de locomoção.
Esses dados refletem os efeitos da reforma política nos lançamentos de candidaturas municipais e também destacam a diversidade incipiente nas políticas locais, demonstrando a constante evolução do cenário político no Rio.