Na segunda-feira, 9 de novembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu prosseguimento nas audiências do processo de apuração dos acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018. As audiências, encabeçadas pelo juiz Airton Vieira, assistente do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, irão se estender até o final deste mês.
Foram ouvidas as primeiras testemunhas de defesa dos réus. Cerca de 70 pessoas foram convocadas para prestar depoimento neste processo, entre elas estão os réus Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão; Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro; e o major da Polícia Militar, Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos estão detidos e respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa.
As promotoras do Ministério Público do Rio, Letícia Emile e Simone Sibilio, quem foram responsáveis pelas investigações iniciais do caso Marielle, foram chamadas para depor. No entanto, estas pediram dispensa dos depoimentos por meio de uma petição enviada ao ministro Alexandre de Moraes, alegando que a participação delas na Força-Tarefa do caso impede que deponham como testemunhas.
A primeira fase de depoimentos neste processo ocorreu no mês passado, onde foram ouvidas testemunhas de acusação nomeadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os principais depoimentos vieram dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, que confessaram participação no assassinato. Lessa, em um dos depoimentos, classificou os réus como pessoas de alta periculosidade e testemunhou ter atirado em Marielle Franco sob ordens dos irmãos Brazão, sob um acordo de delação premiada.
O andamento deste processo é um passo fundamental na busca pela justiça no caso Marielle Franco. O assassinato da vereadora, que gerou grande consternação e mobilização pública, ainda permanece com diversos questionamentos abertos. A conclusão deste processo, além de trazer respostas, é um importante passo na luta contra a impunidade para crimes de tal magnitude.