Uma nova norma de imigração entrou em vigor, levando a uma diminuição significativa na chegada de imigrantes ao Aeroporto de Guarulhos. Dia após a implementação da norma, apenas dez imigrantes sem a documentação necessária desembarcaram no aeroporto, um número substancialmente inferior ao que a Polícia Federal vinha anotando nos meses anteriores.
A alteração das regras foi estabelecida pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública em resposta à descoberta da Polícia Federal de uso de imigrantes sem documentos por organizações criminosas para tráfico de pessoas. No entanto, 480 imigrantes ainda retidos no Aeroporto de Guarulhos sem o visto necessário, conhecidos como inadmitidos pela PF, desembarcaram antes das novas regras serem implementadas.
De acordo com o procurador da República em Guarulhos, Guilherme Rocha Gopfert, a maioria desses imigrantes são protegidos por regras anteriores e ainda terão a chance de solicitar refúgio no Brasil, mesmo em trânsito. No entanto, aqueles que chegaram após a modificação das regras não poderão solicitar refúgio e deverão prosseguir para seus países de destino.
As investigações da Polícia Federal revelaram que esses viajantes eram instruídos em seus países de origem a comprar passagens para outros destinos sul-americanos com conexão ou escala no Brasil. Eles foram orientados a solicitar refúgio ao chegar ao território brasileiro, desistindo de prosseguir em suas viagens, muitas vezes descartando seus cartões de embarque originais. Com base nas antigas regras, eles eram autorizados a permanecer na área internacional de trânsito do aeroporto enquanto aguardavam uma resposta a seus pedidos de refúgio.
O procurador Gopfert enfatiza, no entanto, a importância de tratar os casos de imigração sem visto com critério. Em situações de real perigo, as pessoas devem ser capazes de receber refúgio no Brasil. Citando o exemplo dos imigrantes afegãos que puderam reconstruir suas vidas no Brasil, ele destaca o quão vital é, para a sociedade, o instituto de refúgio. A nova norma de migração, portanto, não só fez diminuir drasticamente o número de imigrantes, mas também ressaltou a importância do Brasil como um refúgio para aqueles em situações de perigo e necessidade.