Uma onda de protestos movida por moradores tomou conta da Maré, no Rio de Janeiro. Esses protestos direcionados à demolição de imóveis na região, que vem ocorrendo desde o início da semana, culminaram no fechamento da Avenida Brigadeiro Trompowski. A operação de demolição, conduzida pela Secretaria Municipal de Ordem Pública com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil, tem gerado descontentamento da comunidade local.
Os moradores acusam as autoridades de invadir casas sem qualquer mandado judicial, sendo um dos denunciantes o integrante da Associação de Moradores do Parque União, Caitano Silva. De acordo com o município, por outro lado, a demolição se deve à natureza irregular dos imóveis em consideração.
As suspeitas avançam para além da irregularidade de construção. A Polícia Civil sugere que essas casas podem ter sido erguidas num esquema de lavagem de dinheiro, relacionado ao comércio de drogas que é comandado por organizações criminosas na região.
A operação repercute diretamente no cotidiano dos moradores locais, causando o fechamento de escolas, postos de saúde e estabelecimentos comerciais. Além disso, há uma denúncia por parte da Associação de Moradores do Parque União de que houve remoção injusta de pertences dos moradores, afetando de forma direta a população.
Black derrotado impacto provocado pelos recentes eventos, os moradores se mostram resistentes. Em vídeo publicado na internet, um jovem habitante questiona as ações policiais, debatendo sobre a ética de tal operação.
A organização da sociedade civil Redes da Maré se manifestou sobre a situação, relatando que foi feita uma análise das investigações na região. A organização aponta que não foi oferecido qualquer suporte ou orientação aos moradores acerca de seus direitos diante da demolição.
O problema levantado se estende por uma questão muito maior que a alegada ameaça à segurança pública. Desafia, acima de tudo, os direitos fundamentais dos moradores. A falta de políticas públicas adequadas e a negligência estatal resultam em ocupações improvisadas de espaços urbanos, sem devida regulamentação e fiscalização.
A organização faz um apelo às autoridades para atender as demandas por moradia. Este cenário reforça a necessidade de uma solução digna e efetiva para assegurar o direito à moradia da população local, não se resumindo a mera criminalização e exposição espetacularizada nas redes sociais. A violência não deve ser o caminho para a efetivação dos direitos humanos.