O recente desligamento de Silvio Almeida, da posição de ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, tem repercutido amplamente entre diversas instituições da sociedade civil. Nomeado no início de 2023, Silvio foi demitido após sérias denúncias de assédio sexual.
O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), em seu comunicado, exprimiu solidariedade às supostas vítimas de violência sexual e assédio moral, exigindo que as investigações das denúncias sejam realizadas de maneira rápida, independente e rigorosa. A nota ressalta a importância de um processo legal devido e uma ampla defesa, visando proteger tanto as alegadas vítimas quanto o acusado.
Outra organização importante, a Coalizão Negra por Direitos, que reúne 294 entidades, organizações e coletivos do movimento negro brasileiro, também havia manifestado apoio e acolhimento à ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a outras mulheres que teriam sido vítimas da violência imputada a Silvio Almeida.
As denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida foram divulgadas publicamente pelo portal de notícias Metrópole e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. Embora a organização não tenha revelado nomes ou outros detalhes, declara que acompanhava as mulheres que garantem ter sido sexualmente assediadas por Almeida.
Segundo o Metrópoles, entre as possíveis vítimas está Anielle Franco, a ministra da Igualdade Racial. No mesmo dia em que as acusações foram tornadas públicas, Almeida foi convocado a esclarecer os fatos perante o controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e o advogado-geral da União, Jorge Messias. A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir um procedimento para investigar as denúncias.
Em resposta à pressão, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) emitiu uma nota mencionando que o governo federal reconhece a gravidade das denúncias e afirmou que o caso será tratado com seriedade e agilidade, conforme exigido por situações de possíveis violências contra mulheres. A Polícia Federal também iniciou suas investigações sobre as denúncias.
Silvio Almeida, por sua vez, emitiu uma nota à imprensa na qual nega veementemente as acusações, as quais ele classifica como “mentiras” e “ilações absurdas” com a intenção de prejudicá-lo. Esse caso acende uma luz sobre a questão do assédio sexual nos ambientes de trabalho, em particular em cargos de alta responsabilidade, onde o poder pode ser manipulado de maneira indevida.