A produção industrial brasileira tem mostrado sinais de recuperação, mesmo que ainda de forma gradual. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um ligeiro crescimento de 0.1% na passagem de julho para agosto, especialmente alimentado pela indústria extrativa, que inclui petróleo e mineração.
Esse resultado representa uma tímida retomada após a queda de 1.4% verificada em julho. No entanto, ao olhar para o desempenho da indústria ao longo de 2024, é possível identificar uma expansão de 3%. Já no acumulado de 12 meses, o resultado é ainda mais promissor, com um saldo positivo de 2.4%.
Interessante notar que, com esses resultados, a indústria brasileira se encontra agora 1.5% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020. No entanto, ao compararmos com o seu ápice de desempenho, anotado em maio de 2011, ainda há um longo caminho a ser percorrido, visto que está 15.4% abaixo do nível mais alto já registrado.
Esses números, letra fria, mascaram um quadro mais complexo. Apesar do campo positivo na passagem de julho para agosto, o detalhamento da pesquisa revela recuo em 18 dos 25 ramos industriais pesquisados. O índice de difusão (que mostra o percentual de produtos que tiveram expansão, entre os 789 investigados) fixou-se em 56,7%.
André Macedo, gerente da pesquisa, destaca a tendência positiva quando analisamos um período de três meses. O saldo da produção industrial é positivo, já que o total da indústria cresceu 4,4% em junho. Esse movimento ascendente, não captado nas análises mensais, se mostra ainda mais claro quando observamos o índice de média móvel trimestral, que tem mostrado trajetória ascendente desde meados de 2023.
Os dados da produção industrial brasileira sinalizam, portanto, um cenário de retomada econômica, embora ainda com desafios a serem superados. Os próximos meses serão cruciais para verificar a consolidação dessa tendência de crescimento.