As queimadas continuam a comer a Amazônia com agressividade. Um levantamento recente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou que entre os dias 25 e 31 de agosto, incêndios foram registrados não só nesse bioma crucial, mas também no Pantanal e no Cerrado.
37 municípios na Amazônia foram identificados como áreas de particular preocupação, cada um com mais de 100 focos de incêndio em uma única semana. A situação foi especialmente grave na cidade de São Félix do Xingu, no estado do Pará, onde foram registrados 1.443 focos de incêndio. Altamira, também no Pará, teve 1.102 focos.
O governo do Pará tomou nota da situação e emitiu um estado de emergência por causa dos incêndios. Como consequência dessa declaração, o uso de fogo para limpar e gerir áreas foi proibido em todo o estado.
No Pantanal, os bombeiros do estado de Mato Grosso enfrentaram 36 incêndios em um só sábado. Incêndios florestais também foram registrados na Terra Indígena Capoto Jarinã, em Peixoto de Azevedo; e na Aldeia Utiariti, em Campo Novo do Parecis, embora o acesso a essas áreas para os bombeiros necessite de aprovação da Funai.
Em contraste, no Cerrado, ao menos nove municípios reportaram mais de 100 focos de calor durante o mesmo período. A cidade de Lagoa da Confusão em Tocantins teve 282 registros, uma quantidade gritante de 163 a mais comparado à semana anterior.
Os incêndios também se estenderam ao norte de São Paulo e ao oeste de Minas Gerais, embora com intensidade menor. Em São Paulo, um incêndio agravou-se na região metropolitana, em Osasco, onde o fogo atingiu ao menos 20 barracos em uma comunidade.
Essa série de incêndios ininterruptos em tais importantes biomas do Brasil representa um ataque fatal à biodiversidade e contribui significativamente para a mudança climática, dadas as vastas quantidades de carbono liberadas na atmosfera. Há um chamado urgente para se combater essas queimadas eficazmente e salvaguardar a saúde desses inestimáveis ecossistemas.