De acordo com a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, houve um ajuste nas projeções econômicas para 2024 no Brasil. Por um lado, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi aumentada de 2,5% para 3,2%. Por outro, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve sua projeção aumentada de 3,9% para 4,25%.
Os dados, apresentados no Boletim Macrofiscal, são uma resposta à performance da economia brasileira. A revisão do PIB, que é a soma das riquezas produzidas no país, ocorreu após a confirmação de um crescimento de 1,4% no segundo trimestre. Esse resultado, divulgado há dez dias pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), superou as previsões anteriores.
No entanto, apesar do aumento na previsão de crescimento para o PIB, a SPE prevê uma desaceleração no segundo semestre. Para o terceiro trimestre (julho a setembro), a projeção indica que haverá uma expansão de 0,6% do PIB, em contraste com o crescimento de 1,4% registrado no trimestre anterior. Para o ano de 2025, também houve um ligeiro decréscimo na estimativa de crescimento, com a projeção caindo de 2,6% para 2,5%.
Essa visão menos otimista para o próximo ano está relacionada à perspectiva de um novo ciclo de aumentos na Taxa Selic (juros básicos da economia). Enquanto isso, a projeção para o IPCA de 2024 está próxima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Já para 2025, a estimativa para a inflação avançou ligeiramente, de 3,2% para 3,3%.
A SPE cita fatores como a alta do dólar, o reajuste no piso mínimo para os preços de cigarro e o cenário de bandeira amarela para as tarifas de energia elétrica no final do ano, como contribuintes para o crescimento das estimativas de inflação. Além disso, a secretaria também ajustou as previsões para os diferentes setores produtivos.
Para a agropecuária, a variação esperada para o PIB continua sendo negativa, mas a expectativa de retração melhorou de 2,5% para 1,9%. Para a indústria, a expectativa de crescimento foi revisada para cima, de 2,6% para 3,4%. Por fim, a projeção para a expansão dos serviços também subiu, passando de 2,8% para 3,3%.
Todos esses elementos refletem a complexidade da economia brasileira, com suas oportunidades, desafios e dinâmicas específicas. Os dados do Boletim Macrofiscal são usados no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, que será divulgado no próximo dia 20, e dá suporte à execução do Orçamento com base no desempenho das receitas, na previsão de gastos governamentais, PIB e inflação.