Em uma ação clara de defesa da biodiversidade, 154 organizações sociais brasileiras uniram-se na reivindicação por participação mais ativa nas decisões da 16ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP16), realizada em Cali, Colômbia. Essas organizações apresentaram uma carta aberta explicando seus pontos de vista e propostas, uma tentativa de destacar a importância da inclusão social em políticas que envolvem a biodiversidade.
A carta foi resultado de uma ampla discussão entre organizações e movimentos sociais, destacando as principais denúncias de processos prejudiciais à biodiversidade brasileira, além de sugerir soluções socioambientais justas. Além disso, a carta representa a voz dos povos tradicionais, indígenas, quilombolas e agricultores familiares, levando suas preocupações e demandas para importantes plataformas de tomada de decisão.
Os pontos discutidos no documento incluem o cumprimento de ações alinhadas com o Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, além de medidas que reflitam acordos anteriores, como a própria Convenção sobre Diversidade Biológica. A carta ressalta a continuidade da conservação dos ecossistemas e a importância da preservação dos territórios que abrigam essa diversidade biológica.
Diversos processos que prejudicam tanto o meio ambiente quanto as populações que dele dependem foram apontados na carta. Entre as recomendações apresentadas estava a interrupção desses processos e a construção de uma estrutura fortalecida de proteção através de ações de conservação, uso sustentável e divisão justa dos benefícios da biodiversidade.
As organizações esperam que suas reivindicações sejam refletidas na atualização da Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade, juntamente com a implementação de medidas que respeitem e considerem os diversos diálogos e debates proporcionados.
Esta luta das organizações sociais brasileiras por uma participação mais ativa nas decisões sobre a biodiversidade exemplifica a crescente demanda da sociedade civil por inclusão e reconhecimento em assuntos cruciais para seu meio ambiente e modo de vida. E, mais do que isso, reforça a importância de um diálogo inclusivo e aberto nas tomadas de decisões ambientais.