No Brasil, São Paulo sediou a segunda edição da Parada do Orgulho da Pessoa com Deficiência (PCD) em setembro de 2024. O evento foi criado para celebrar a diversidade e a inclusão, sendo uma resposta ao contínuo cenário de exclusão e opressão experimentado por pessoas com deficiência.
A Parada PCD adotou o tema Sônia Livre para este ano, homenageando Sônia Maria de Jesus, uma mulher negra, analfabeta e com profunda deficiência auditiva. Sônia Maria foi resgatada em junho de 2023 de uma casa em Florianópolis, onde vivia em condições análogas à escravidão, servindo a família de um desembargador por quatro décadas. No entanto, após seu resgate, uma decisão judicial permitiu que Sônia retornasse à casa dos investigados, o que provocou contestação e protestos em todo o país.
Julia Moraes Piccolomini, presidenta da Parada do Orgulho PCD, destaca a história de Sônia como um exemplo das violências e opressões às quais as pessoas com deficiência podem ser submetidas. Acreditando que a acessibilidade e os direitos das pessoas com deficiência devem ser colocados em alto relevo, ela propôs a Parada como uma plataforma para trazer essas questões para a discussão pública.
O evento contou com homenagens a Sônia, bem como o seu próprio show de moda inclusiva, discursos, e apresentações culturais. A Parada visa celebrar a diversidade e a inclusão, ou, como fala Zig, filósofo, fundador do Coletivo de Pessoas Negras com Deficiência e vice-presidente da Parada, expressar a demanda reprimida nacionalmente pelas pessoas com deficiência.
A falta de igualdade nas experiências das pessoas com deficiência, sendo incapazes de participar de forma plena na sociedade, é um dos principais tópicos de discussão trazidos pela Parada. O evento de 2024 também realizou uma reflexão sobre o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, com a intenção de trazer uma maior reação a essa data e desafiar a maneira tímida e assistencialista com que a data é geralmente lembrada.