Um voo transportando 45 imigrantes chilenos deportados pelos Estados Unidos pousou em Santiago, capital do Chile, na quinta-feira (22). As famílias receberam os passageiros nos portões do aeroporto, enquanto choravam e se abraçavam.
A maioria deles alegou que foram maltratados pelas autoridades dos EUA. Um deles chegou a dizer que foi tratado “como um cão”. Já outro comentou que estavam vivendo praticamente em uma prisão.
“Me fizeram esperar dois anos e cinco meses num centro de imigração que era tecnicamente uma prisão. Nos trataram como animais, de uma forma horrível.”
Um deles também compartilhou que os imigrantes eram obrigados a permanecerem deitados em uma sala fria, cuja temperatura era de cerca de 10°C.
“Recebemos um tratamento terrível. Estávamos deitados no chão em uma sala chamada ‘freezer’. Imagine só, o que posso lhe dizer? Estava a 12°C”, contou.
Três dos imigrantes chilenos tinham ordens de detenção nos EUA, informaram os meios de comunicação chilenos.
Deportações em massa do governo Trump
Em uma pesquisa realizada da CNN e conduzida pela SSRS em abril, mais da metade dos cidadãos dos Estados Unidos avalia que o presidente Donald Trump foi “longe demais” com as medidas para deportação de imigrantes irregulares.
Ao todo, 52% das pessoas ouvidas pelo levantamento entendem que a administração federal foi “longe demais” no assunto. Em fevereiro, esse número era 45%.
Ao contrário da população americana, Trump se orgulha das políticas de imigração do mandato atual, considerando a ação como uma das maiores “promessas cumpridas” de sua campanha.
Os imigrantes venezuelanos, que são o grupo que mais vem sofrendo com as deportações em massa, também já relatou os maus-tratos do governo americano contra os deportados. Em março, alguns cidadãos venezuelanos repatriados relataram experiências traumatizantes após serem detidos.
“Nós passamos por muitos traumas psicológicos, emocionais e físicos. Eles violaram nossos direitos. Muitos dos que estão aqui foram agredidos fisicamente”, disse o homem em um vídeo postado no Telegram pelo Ministro das Comunicações da Venezuela, Freddy Nanez.