MPF busca ação efetiva frente à crise ambiental na Baía de Guanabara causada por navios abandonados

O Ministério Público Federal (MPF) tem pressionado por uma solução eficaz para o problema das embarcações abandonadas na Baía de Guanabara. Considerada uma grave crise ambiental e de segurança, a situação tem chamado a atenção pelas evidências de ineficiência do poder público.

Quase dois anos após um navio colidir com a ponte Rio-Niterói, a demanda por medidas eficazes continua em alta. O acidente ocorreu em novembro de 2022, onde ventos fortes afrouxaram as correntes que seguravam a embarcação, levando-a à deriva e causando a colisão. Apesar do trânsito ter sido normalizado no dia seguinte e a estrutura da ponte não ter sido comprometida, a situação gerou preocupações intensificadas sobre as embarcações abandonadas na Baía.

O MPF avalia que esses navios representam um risco sério ao meio ambiente, à segurança da navegação e à saúde pública. Jaime Mitropoulos, procurador da República, expressou essa preocupação em uma nota recentemente divulgada pelo MPF, onde frisou a importância de um acordo que pudesse acelerar o processo e garantir a proteção dos direitos coletivos.

Mitropoulos indicou a necessidade de um plano de gestão integrada, elaborado em concordância com a União e com os órgãos ambientais, para resolver o problema. Esse plano precisaria incluir um cronograma de ações definidas que abordassem as preocupações ambientais e de segurança.

Em 2021, a Universidade Federal Fluminense (UFF) realizou um mapeamento que relatou a presença de 61 cascos esquecidos na Baía de Guanabara. Estes cascos, devido à oxidação e ao potencial vazamento de substâncias nocivas, representam riscos ambientais e à segurança da navegação. Situação essa que levou ambientalistas a cunhar o termo cemitério de embarcações.

Segundo a Política Nacional do Meio Ambiente e o artigo 225 da Constituição Federal, a responsabilidade de preservar e combater a poluição recai sobre o poder público. No entanto, o inequívoco problema das embarcações abandonadas sinaliza o fracasso do poder público em cumprir seus deveres e obrigações.

Além disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que não vê qualquer obstáculo para uma audiência de conciliação, diretriz de atuação da instituição. O Inea, que realiza atividades de fiscalização e identificação das embarcações abandonadas, também declarou sua disponibilidade para atender todas as demandas necessárias.

A Baía de Guanabara, uma área de preservação permanente cujos recursos hídricos, paisagem, estabilidade geológica e biodiversidade devem ser protegidos, é um exemplo claro do desafio ambiental que as embarcações abandonadas representam.

Portanto, apesar das alegações de várias instituições de que estão comprometidas em enfrentar o problema, a situação na Baía de Guanabara permanece alarmante. Muitas esperam, portanto, que o poder público finalmente tome medidas eficazes e coordenadas para resolver o problema e evitar futuros desastres ambientais e de segurança.

VEJA MAIS

Governo Trump divulga milhares de registros sobre assassinato de RFK em 68

Nos Estados Unidos, o governo Trump divulgou cerca de 10.000 páginas de registros sobre o…

Pesquisa mostra influência de eventos climáticos em surto de oropouche

Os eventos climáticos são os principais responsáveis pela explosão de casos de febre oropouche, de…

Deputado pede que PGR investigue asilo à ex-primeira-dama do Peru

O deputado federal Sanderson (PL-RS) oficiou a Procuradoria-Geral da República (PGR) na quinta-feira (17) para…