A Justiça decretou na última segunda-feira, a prisão temporária de Adriana Vargas dos Santos, coordenadora técnica do laboratório PCS Lab Saleme, sediado na zona norte do Rio de Janeiro. Adriana, que foi presa em sua residência em Belford Roxo, Baixada Fluminense, é a segunda pessoa ligada à instituição a ser detida, após a prisão de um sócio e de dois funcionários do laboratório.
A decisão da Justiça ocorre em decorrência de uma grave negligência que resultou na infecção de seis pacientes por HIV através de transplantes. A falha se deu devido a resultados errados em testes de HIV, realizados pelo laboratório responsável pelas verificações dos órgãos destinados ao transplante.
A técnica é agora indicada como abertamente responsável por alterar o procedimento padrão de checagem de antígenos, modificando-o de diário a semanal com o foco de obter maiores lucros para o laboratório, uma atitude que levou a tal situação comprometedora e censurável.
Dois doadores, que erroneamente obtiveram laudos de HIV negativo, tiveram seus órgãos transplantados em pacientes, que contraíram o vírus HIV após os procedimentos. A prisão se faz imperativa para aprofundar as investigações e assegurar que a responsabilidade pelo erro não reste impune.
Além de Adriana, temos também com prisões temporárias decretadas o médico Walter Vieira, sócio do laboratório PCS Saleme, e os funcionários Ivanilson Fernandes dos Santos e Jacqueline Iris Bacellar de Assis. Todos estão sob a tutela da Justiça e estão submetidos a um minucioso processo de investigação.
A situação coloca em cheque a reputação e a confiabilidade atribuídas aos laboratórios responsáveis por testagens antes que os órgãos sejam destinados a transplantes, levantando questionamentos sobre procedimentos e éticas na prática médica. A Justiça do Rio de Janeiro promete total transparência no caso e busca por justiça rápida e eficaz para as vítimas deste caso lamentável de negligência médica.