Quase sete anos após os trágicos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a busca por justiça está prestes a avançar significativamente. Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados pelo brutal crime, irão a júri popular na próxima quarta-feira, 30 de outubro. Esta data robustecerá a complexa investigação que teve amplas reviravoltas e deu voz à intensa mobilização de defensores dos direitos humanos.
O juiz Gustavo Kalil fez a revelação da data durante uma reunião especial no Fórum Central do Rio, no dia 12 de outubro. Representantes do Ministério Público, assistentes de acusação e defesa dos réus, participaram da reunião, destacando o desejo conjunto de minimizar a aglomeração e o tumulto no âmbito do tribunal.
O ataque perpetrado em março de 2018 em Estácio, no Rio de Janeiro, provocou comoção nacional e internacional. Naquela noite, Marielle voltava de um encontro de mulheres negras quando seu carro foi alvejado. Ela e Anderson Gomes foram fatalmente vitimados e, uma assessora se feriu com os estilhaços. Enquanto o crime evidenciou flagrantes ataques à democracia, acendeu-se também a chama pela busca de justiça, unindo diversos segmentos da sociedade.
O Instituto Marielle Franco denomina o próximo julgamento como um momento decisivo. Nesse mesmo espírito, a Anistia Internacional destaca que a verdadeira justiça acontecerá somente quando todas as autoridades responsáveis pelo crime e eventuais desvios e obstruções das investigações, sejam levadas à justiça em processo justo.
De acordo com a organização, o Brasil ainda se encontra entre os lugares mais perigosos para defensores dos direitos humanos. Nesse contexto, o julgamento dos ex-PMs Lessa e Queiroz poderá representar um marco para uma mudança significativa.
A família de Marielle planifica uma celebração religiosa, enquanto o Instituto Marielle Franco, a Anistia Internacional e outras organizações parceiras preparam um ato em memória de Marielle e Anderson. A saga desses ativistas, que clama por justiça e reparação, continua ressonado nos ouvidos dos brasileiros, mantendo viva a lembrança da vereadora e do motorista. Agora, a expectativa se volta para o próximo capítulo dessa jornada, o júri popular dos acusados. Tudo isso prova que, mesmo em meio a adversidades, a busca pela justiça persiste e a voz de Marielle Franco ainda ecoa nas lutas por direitos e liberdade.
