Mais de seis anos após o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, uma nova página na busca por justiça se inicia com o julgamento dos acusados, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, marcado para a próxima quarta-feira. O crime, que ocorreu na noite de 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro, chocou o país e o mundo, sendo considerado um ataque à democracia.
Após longas e complexas investigações das instâncias policiais, chegou-se à prisão dos ex-PMs Lessa e Queiroz. Este ano, novas prisões foram efetivadas – dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, apontados como mandantes dos assassinatos, e também Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil. O processo envolvendo os supostos mandantes está sob análise do Supremo Tribunal Federal.
O Instituto Marielle Franco classifica o julgamento como um momento decisivo. Destaca o esforço coletivo ao longo de mais de 2 mil dias desde a fatalidade, marcado por manifestações e mobilizações, que culmina nesta etapa importante do processo.
Anistia Internacional, ONG que acompanha o caso, reforça que esse julgamento é um passo necessário na busca por justiça. Ressalta, no entanto, que a justiça só será realmente cumprida quando todas as autoridades envolvidas no crime, inclusive as que planejaram e eventualmente obstruíram a investigação, forem responsabilizados.
Esta semana promete ser repleta de manifestações buscando justiça para Marielle e Anderson. Haverá uma celebração religiosa e um ato em frente ao Tribunal de Justiça do Rio, organizados pelo Instituto Marielle Franco, Anistia Internacional, entre outros grupos. A esperança é que este julgamento seja um marco na busca por justiça e em evitar, no futuro, crimes semelhantes contra defensores dos direitos humanos no Brasil.