A saga de busca por justiça pelo assassínato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, que comoveu o Brasil em 14 de março de 2018, finalmente avança com o julgamento dos acusados, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, marcado para a próxima quarta-feira, 30 de outubro.
A morte de Marielle, uma vereadora pelo PSOL, foi um choque para o país e o mundo devido à brutalidade e ao enigma que cercou a investigação. Ela foi assassinada no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, após voltar de um encontro de mulheres negras na Lapa quando seu veículo foi acabrunhado por múltiplos disparos resultando na morte dela e de seu motorista, Anderson Gomes. Uma assessora que a acompanhava na ocasião também foi ferida.
Esse incidente, visto como um ataque à democracia, gerou uma onda de protestos e concentrou a atenção internacional na busca por justiça para Marielle e Anderson. A investigação do crime envolveu várias instâncias policiais e após muitas reviravoltas, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram identificados como os culpados.
O julgamento dos acusados já é considerado um marco na busca pela justiça por parte do Instituto Marielle Franco, como indicado em uma de suas notas recentes. O Instituto afirmou que Foram 78 meses e mais de 2 mil dias em que nos juntamos desde que nos tiraram Marielle e Anderson… A nossa força nos trouxe até aqui e neste mês a justiça, enfim, vai começar a ser feita.
A Anistia Internacional, que acompanha de perto o caso, considera este julgamento um passo importante em uma busca por justiça se iniciou há mais de seis anos.
Contudo, esta saga busca muito mais do que apenas a condenação dos acusados. Trata-se de um pedido de garantia do Estado brasileiro por justiça, reparação e medidas de não repetição de tais crueldades. Isso inclui também a necessidade de se lidar com a ainda perturbadora realidade do Brasil como um dos lugares mais perigosos para os defensores dos direitos humanos.
No contexto deste caso decisivo, a família de Marielle, o Instituto Marielle Franco, a Anistia Internacional, entre outras organizações, estarão realizando um ato em memória da vereadora e do motorista em frente à sede do Tribunal de Justiça do Rio no dia do julgamento, cobrando justiça e reparação.
Os próximos dias certamente serão cruciais para as perspectivas de justiça e para as memórias de Marielle e Anderson. Este caso levantou questões perturbadoras sobre a segurança dos defensores dos direitos humanos no Brasil, mas também reuniu vozes em uma clamor conjunto para a justiça. Agora é o momento em que esse clamor será ouvido.