Início do Ano Letivo em Gaza: Escolas Fechadas e Sonhos Adiados

O contínuo estado de guerra em Gaza tem implicações profundas e duradouras, especialmente para as crianças e jovens que estão sendo privados de educação. O início do ano letivo se deu com todas as escolas fechadas, muitas delas destruídas ou danificadas devido ao contínuo conflito entre Israel e os territórios palestinos. Para muitas crianças, este seria o dia em que colocariam seus novos uniformes e começariam a alimentar sonhos de se tornarem médicos e engenheiros.

Em meio ao cenário desolador, o filho de Umm Zaki, Moataz, de 15 anos, teria começado sua décima série. Em vez disso, acordou em sua barraca e assumiu as tarefas de sobrevivência no campo de deslocados. Mesmo com todas as adversidades, a esperança persiste na conclusão da guerra antes de perderem um de suas crianças.

O ataque de Israel ao território palestino, em resposta aos foguetes disparados contra suas cidades, teve um impacto devastador nas infraestruturas educacionais. O Ministério da Educação palestino reportou que 90% das escolas foram destruídas ou danificadas. Diante desse cenário, a UNRWA, a agência de ajuda palestina da ONU, transformou o máximo de unidades escolares em abrigos de emergência, acolhendo milhares de famílias desabrigadas.

O adiamento da educação é preocupante, pois a prolongação do tempo das crianças fora de suas escolas torna mais difícil a recuperação do aprendizado perdido. Isso ameaça a produção de uma geração perdida, em risco de exploração, incluindo casamento infantil, trabalho infantil e recrutamento para grupos armados.

Para além dos alunos matriculados, outro problema surge. Cerca de 58 mil alunos de seis anos de idade deveriam ter iniciado a primeira série este ano, segundo anunciado pelo Ministério da Educação. Para enfrentar essa dura realidade, a UNRWA começou um programa de retomada do aprendizado em seus abrigos, com professores organizando atividades criativas e esportivas.

A continuidade do conflito também forçou muitos habitantes a deixarem seus lares, alguns atingindo até dez deslocamentos forçados. Em um recente aviso de retirada, Israel orientou os moradores de uma área no norte de Gaza a abandonarem suas casas, após o disparo de foguetes. Esta realidade ilustra a difícil condição da população em Gaza, onde, para além de lutar pela sobrevivência diária, a guerra rouba os sonhos e o potencial de sua geração mais jovem.

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