Em 2023, a indústria, reconhecida como o setor que paga os mais altos salários médios aos trabalhadores regulares brasileiros, gerou a menor quantidade de empregos anuais formais, segundo dados preliminares da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Ainda assim, o crescimento de vínculos formais em diferentes setores resultou na criação de aproximadamente 1,5 milhões de postos de trabalho. Isso implicou numa variação positiva de 3,5%, com o número de empregos formais na esfera privada saltando de 42,9 milhões no final de 2022 para 44,4 milhões no final de 2023.
A construção civil liderou o crescimento com um aumente de 181,588 (6,8%) nos vínculos formais. O segmento de serviços criou 962,877 vagas, uma superioridade de 4,8% em relação a 2022. O comércio cresceu 2,1% e a agropecuária 1,9%, com 212,543 e 33,842 vinculações respectivamente, enquanto a indústria providenciou um acréscimo de 121,318 vínculos, um crescimento de 1,4%.
No entanto, a indústria mantém a liderança quando se trata de salários médios, oferecendo R$ 4.181,51. Apesar do crescimento em vagas ser menor se comparado com outros setores, destacou Paula Montagner, subsecretária nacional de Estatística e Estudos do Trabalho. A média dos salários pagos aos trabalhadores regulares na iniciativa privada subiu 3,6%, ajustada à inflação do período, foi de R$ 3.390,58 para R$ 3.514,24.
A região Sudeste abriga a maioria dos empregos formais, com 51,2% dos associados ao regime celetista. Contudo, as regiões Norte (5,4%), Nordeste (4,2%) e Centro-Oeste (4,2%) mostraram o maior crescimento percentual. Quanto à situação contratual, os empregos temporários e aprendizes também cresceram, passando respectivamente de 209,654 para 226,144 e de 55,493 para 546,260.
A deficiência física e múltipla mostrou um discreto crescimento dentre as pessoas empregadas formalmente, indo de 1,27% para 1,28%. No panorama de nacionalidades dos contratados, os venezuelanos lideraram o grupo com 124,607 novos trabalhadores formais, seguidos pelos haitianos (44,481) e paraguaios (13,469). Destaca-se a tendência de aumento da média de idade dos empregados formais, principalmente aqueles entre 40 a 49 anos. As informações completas do Rais 2023, incluindo o setor público, serão divulgadas no último trimestre.