A mineradora Vale detectou a presença de trincas superficiais na barragem Forquilha III, localizada na mina de Fábrica, em Ouro Preto, Minas Gerais. A companhia, em comunicado, garantiu que a estabilidade da barragem continua inalterada, após a descoberta das trincas. Acrescentou também que está conduzindo inspeções adicionais na estrutura, mantendo os órgãos oficiais informados e implementando um plano de ação para investigações e correção de possíveis falhas.
A barragem Forquilha III está atualmente em nível de emergência 3 e é constantemente monitorada pela Vale. A estrutura conta com sistemas de contenção a jusante e em sua área de autossalvamento não há presença de comunidades. Nesse contexto, a mineradora destaca que mantém o compromisso de avançar na descaracterização de tal barragem e de reduzir o seu nível de emergência.
Lembramos que a empresa se tornou o foco de protestos nacionais e internacionais em 2019, após o rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais. Essa tragédia provocou a morte de 272 pessoas, incluindo dois bebês de mulheres grávidas. A ruptura da barragem liberou uma gigantesca onda de rejeitos, causando também graves impactos ambientais em diversos municípios na bacia do Rio Paraopeba.
Após esse incidente, foi sancionada a Lei Mar de Lama Nunca Mais, em 2019. A lei vie proibir a construção de novas barragens a montante e exige a descaracterização das estruturas já existentes.
As barragens a montante são construídas utilizando os rejeitos que são depositados em alteamentos sucessivos sobre o próprio rejeito. Este método era utilizado nas barragens que se romperam em Mariana e Brumadinho. Atualmente, a Forquilha III passa por esse processo de descaracterização, seguindo as determinações legais e medidas de prevenção para evitar possíveis desastres futuros.