As alegações recentes emitidas pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) denunciam as forças de segurança que operam na Terra Indígena Nhanderu Marangatu, MS, alegando que estas estariam actuando mais como seguranças privadas do que como uma força estatal legítima.
Segundo Luis Ventura, secretário-executivo do CIMI, estas alegações surgem em resposta ao aparente desempenho imparcial das forças de segurança durante o processo de retomada da Fazenda Barra, durante o qual um jovem Guarani Kaiowá foi tragicamente baleado e morto.
Além disso, há suspeitas de que a munição letal e balas de borracha foram disparadas pelas forças policiais em questão, criticadas por Ventura por considerar que elas têm servido interesses privados ao invés de exercer seu papel oficial de garantir a segurança. Fica claro para Ventura que esta prática de atuação orientada a interesses privados é notavelmente representada no caso atual, onde as forças de segurança supostamente serviram como seguranças privados para o dono de uma fazenda em conflito.
Em um dos incidentes relatados, os agentes de segurança manifestaram desprezo pela comunidade indígena local, encorajando a animosidade e o ódio. A medida tomada contra os indígenas, sendo tratados como invasores em terras que são legalmente deles segundo Ventura, evidencia a postura da força policial como segurança privada.
Ventura também salienta outro fato preocupante – que a Polícia Militar mexeu no corpo da vítima assassinada – o que sugere uma tentativa de ocultar as evidências e dificultar o acesso da comunidade Guarani Kaiowá a elas. Ele também criticou o atraso do estado em garantir a posse dos territórios pelos indígenas, um fenômeno que, segundo ele, alimenta e abastece a violência contra esses povos.
A polêmica aumenta quando, no meio deste conflito, Roseli Ruiz, a principal reclamante da Fazenda Barra, está programada para participar de uma próxima reunião da comissão de conciliação no STF para tratar de questões relacionadas à demarcação de terras indígenas.
Esta situação alarmante gerou indignação e condenação de várias organizações e indivíduos, incluindo a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo, que emitiu uma nota de repúdio contra a escalada da violência que aflige os indígenas em todo o país. A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) também denunciou urgentemente o caso às autoridades.
A história ainda está em desenvolvimento, com várias partes aguardando respostas de diferentes autoridades e envolvidos no caso.