Fome é irmã da guerra, diz Lula no Fórum Mundial da Alimentação

Ao participar da abertura do Fórum Mundial da Alimentação, em Roma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (13) que “a fome é irmã da guerra”. “Seja ela travada com armas e bombas ou com tarifas e subsídios”.

“Conflitos armados, além do sofrimento humano e da destruição da infraestrutura, desorganizam cadeias de insumos e alimentos. Barreiras e políticas protecionistas de países ricos desestruturam a produção agrícola no mundo em desenvolvimento.”

“Da tragédia em Gaza à paralisia da Organização Mundial do Comércio, a fome tornou-se sintonia do abandono das regras e das instituições multilaterais”, completou o presidente brasileiro em seu discurso.

Segundo Lula, o acesso a alimentos continua sendo um recurso de poder. “Não há como dissociar a fome das desigualdades que dividem ricos e pobres, homens e mulheres, nações desenvolvidas e nações em desenvolvimento.”

O presidente brasileiro destacou que o mundo produz comida suficiente para alimentar uma vez e meia a população mundial. Ainda assim, 673 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar.

Lula ressaltou ainda o anúncio da FAO de que o Brasil voltou a sair do Mapa da Fome.

“Em 2024, alcançamos a menor proporção de domicílios em situação de insegurança alimentar grave da nossa história. Registramos, ainda, a menor proporção de domicílios com crianças menores de 5 anos em situação de insegurança alimentar grave desde 2004. Estamos interrompendo o ciclo de exclusão. Um país soberano é um país capaz de alimentar seu povo.”

>> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp

Multilateralismo

Lula comentou que o Brasil tem orgulho de fazer parte da história dos 80 anos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) e seu trabalho junto ao Programa Mundial de Alimentos e ao Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura.

“Não deixa dúvidas de que o mundo seria um lugar pior sem o multilateralismo”, disse. “Graças à FAO, um número crescente de países reconheceu o direito à alimentação em sua legislação”, completou.

O presidente lembrou que, há 10 anos, participava das comemorações dos 70 anos da entidade. “Muito mudou neste período. Vivíamos então o entusiasmo da adoção da agenda 2030. O mundo havia se unido em torno de objetivos comuns e caminhava rumo à um futuro promissor”.

“Hoje, tanto nossa capacidade de agir coletivamente quanto o otimismo que nos animava estão abalados. Os desafios se aprofundaram, mas não temos alternativa senão persistir. Enquanto houver fome, a FAO permanecerá indispensável.”

Clique aqui para acessar a Fonte da Notícia

VEJA MAIS

Mercado financeiro reduz para 4,72% previsão de inflação em 2025

Dos quatro itens que compõem o Boletim Focus, três mantiveram suas projeções para 2025 estáveis:…

Festival do Rio mostra força e a diversidade do cinema nacional

O Cine Odeon, no centro do Rio, foi palco de uma noite de consagração neste…

Trio ganha Nobel de Economia de 2025 por trabalho sobre inovação

Os pesquisadores Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt ganharam o Prêmio Nobel de Economia…