Neste sábado (24), líderes e moradores de favelas em todo o Brasil convergem para discutir demandas comunitárias que serão apresentadas na Cúpula do G20 em novembro de 2021, no Rio de Janeiro. Este evento marcante demonstra um esforço nacional consistente, organizado pela Central Única das Favelas (Cufa), em parceria com a Frente Parlamentar das Favelas e a Frente Nacional Antirracista.
A mobilização começou em março de 2021, com conferências realizadas em mais de 3000 favelas em todo o Brasil. O objetivo principal é consolidar uma agenda coletiva que abrange uma gama de tópicos no âmbito da segurança, dos direitos ao trabalho, da saúde, educação, cultura, da economia local, entre outros.
A capital fluminense sedia um destes encontros na sede da Cufa, sob o Viaduto de Madureira, um local conhecido por ser um reduto de manifestações culturais negras na zona norte. A previsão é a participação de mais de 400 pessoas. Nestas conferências, tomarão formas as decisões sobre os tópicos mais relevantes a serem levados à Cúpula do G20.
Celso Athayde, fundador da Cufa, destaca que estes encontros visam assegurar que as vozes das periferias sejam ouvidas no cenário global. Algumas das propostas mais enfáticas incluem atenção à saúde, combate à perseguição religiosa, em particular às religiões de matrizes africanas, e oportunidades para indivíduos previamente envolvidos com o sistema penitenciário. Outra questão de destaque é o incentivo ao empreendedorismo nas comunidades, que cria empregos, gera renda e ameniza as disparidades sociais.
Estas conferências representam um movimento engajado e proativo de envolver as favelas em discussões pertinentes para a progressão social. O resultado desejado é um documento sólido que corretamente reflete as demandas e aspirações das favelas em nível nacional.
A Cúpula do G20, a ser realizada no Rio de Janeiro, contará com a presença de líderes de Estado e ministros dos 19 países mais ricos do mundo, além da União Europeia e União Africana, para deliberar sobre assuntos globais.
