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Expansão do Garimpo Ilegal em Terras Indígenas Amazônicas Conflita com Alegações Governamentais, Revela Greenpeace

O Greenpeace Brasil denunciou recentemente a expansão das atividades de garimpo ilegal em várias Terras Indígenas (TIs) situadas na vasta floresta da Amazônia. As TIs afetadas incluem Kayapó, Yanomami, Munduruku e Sararé, que já enfrentam prejuízos consideráveis devido a estas operações ilegais. Estas alegações divergem significativamente das afirmações do governo que garante ter mitigado as ações de garimpo no mesmo período.

Através do uso de imagens fornecidas por satélites Planet Lab e Sentinel-2, o Greenpeace Brasil identificou a devastação de aproximadamente 505 hectares de terra em TIs entre os meses de julho e setembro deste ano. Essa área devastada equivale cerca de 707 campos de futebol e representa um incrível aumento de 44,48% se comparado ao mesmo período de 2023.

Entre as TIs citadas, as terras dos Kayapó foram as mais afetadas, com uma perda de 35% do total de sua área. Nesse período, 315 hectares de floresta foram dizimados, equivalendo a quase duas vezes o tamanho do Parque Ibirapuera em São Paulo. Greenpeace também relatou que, no mesmo trimestre, foram registrados recordes de garimpo, desmatamento, e incêndios florestais na TI Kayapó.

A TI Yanomami também não escapou da devastação, atingindo um total de 4.123 hectares de área garimpada, 50 dos quais foram recentemente explorados no último trimestre. Segundo o Greenpeace, o governo federal forneceu informações conflitantes ao negar a existência de novas áreas de garimpo na região em setembro.

Os dados alarmantes não param por aí. A organização ambientalista também relatou crescimento de 34,7% na área devastada pelo garimpo em território Munduruku, além da ampliação da extração ilegal de minerais no Parque Nacional Pico da Neblina.

A TI Sararé também sofriu graves prejuízos com o desmatamento causado pelos garimpos ilegais, que atingiu uma área de 106,98 hectares. O Greenpeace destaca ainda a escalada de violência no território, bem como a existência de 13 operações conjuntas da Polícia Judiciária, Ibama e Funai no local. Entretanto, a organização critica que estas ações ainda são insuficientes frente ao problema.

Greenpeace Brasil adverte que essas atividades de garimpo ilegal, além de destruir a biodiversidade, ameaçam a sobrevivência das comunidades indígenas, causam crises alimentares e hídricas, e agravam a violência nas regiões. Diante disso, a organização pede uma ação mais efetiva das autoridades competentes para proteger a Amazônia e os seus povos, e critica a falta de transparência do governo em relação às reais condições dessas TIs.

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