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Execução de delator foi “recado“ do PCC, diz promotor à CNN

Um mês depois da execução do empresário Antônio Vinícius Grizbach, no aeroporto de Guarulhos, o promotor que assinou o acordo de delação premiada com ele, Lincoln Gakiya, disse à CNN que o assassinato foi um “recado” do PCC para aqueles que traem a facção criminosa.

A declaração veio em meio à intensificação das investigações para tentar identificar e localizar os mandantes e executores do crime cometido no dia 8 de novembro.

“Aquilo foi um recado. Veja o Vinícius. Eu quero deixar uma coisa bem clara. Eu ofereci, propus e até efetivei segurança pro Vinícius quando ele foi preso. Eu tive que levá-lo para [o presídio de] Presidente Venceslau porque ele seria morto no presídio, né? Já por integrantes do PCC”, defendeu o promotor.

Até agora, a investigação não conseguiu identificar quem foram os executores nem os mandantes do crime.

Internamente, na força-tarefa que investiga o caso, há quem defenda que a ação pode ter partido também de militares da banda podre da PM, que integrariam uma espécie de “milícia paulista” e tinham sido delatados pelo empresário.

“Com relação às suspeitas, a gente não pode excluir nenhuma hipótese. O Vinícius estava envolvido há mais de uma década em lavagem de dinheiro e outros ilícitos, mas sobretudo lavagem de dinheiro da cúpula do PCC. Ele estava envolvido com policiais também, corruptos, que também participaram desse esquema de lavagem. Então havia muita gente e ele também se envolveu no assassinato de uma liderança importante do PCC, que foi o Anselmo Cara Preta, um dos maiores traficantes aqui do estado, ligado ao Marcola. Naquele momento ele também foi jurado de morte”, revelou Gakiya.

Ao CNN Entrevistas, o promotor ainda explicou que Gritzbach recusou participar do programa de proteção a testemunhas do governo paulista porque queria manter seu estilo de vida. Foi justamente por isso que ele teria contratado uma escolta particular de policiais militares em bico.

A CNN revelou que a expectativa na cúpula da PM é de que, provado ou não o envolvimento dos PMs da escolta com o assassinato, eles devem ser expulsos da corporação por fazerem “bico” ilegal para um criminoso confesso ligado ao PCC.

“Ele disse que não entraria no programa de proteção à testemunha porque isso não se moldava ao estilo de vida dele. Na verdade ele continuava com atividades criminosas, essa é a questão, né? Ele não quis largar sua vida, mas dispunha de segurança, vamos dizer, privada, com policiais que estavam ali regularmente prestando o serviço a ele”, contou o promotor.

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