Quase sete anos após os hediondos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de perpetrar o crime, finalmente enfrentarão a justiça. Esta é uma etapa crucial da longa busca por justiça para as vítimas e suas famílias.
O evento fatídico ocorreu em 14 de março de 2018, quando Franco, membro vital do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), e Gomes foram brutalmente assassinados no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. Franco retornava de um encontro feminino quando seu veículo foi alvejado por tiros. Este ataque à vida, que ressoou em todo o mundo, foi classificado como um ataque à democracia.
A investigação do crime tem sido complexa e tumultuada, envolvendo vários níveis de forças policiais, reviravoltas, e incerteza. Contudo, as evidências reunidas levaram à prisão dos ex-PMs Ronnie Lessa e Elcio Queiroz. Mais tarde, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, juntamente com o ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, foram presos como supostos mandantes dos assassinatos.
O Instituto Marielle Franco reconhece a significância deste julgamento. Eles lançaram uma nota expressando seus sentimentos sobre os 78 meses e mais de 2 mil dias que se passaram desde a morte de Marielle e Anderson. Participantes da manifestação planejam exibir cartazes, laços e posteres durante o julgamento, para reafirmar o desejo coletivo de justiça.
A Anistia Internacional, que está acompanhando o caso de perto, classificou o julgamento como um passo importante, mas destacou que a verdadeira justiça só será alcançada quando todas as partes responsáveis pelo crime forem devidamente processadas e punidas.
O Brasil ainda figura como um dos lugares mais perigosos para defensores dos direitos humanos, com centenas de ativistas assassinados na última década. Isso torna ainda mais essencial para o Estado garantir justiça e reparação para as vítimas e tomar medidas para prevenir tais atrocidades no futuro.
Enquanto a data do julgamento se aproxima, várias manifestações estão sendo organizadas para homenagear Marielle e Anderson. Neste domingo, uma missa será realizada no Cristo Redentor – um evento organizado pelos familiares mais próximos da falecida vereadora. Simultaneamente, o Instituto Marielle Franco, a Anistia Internacional e outros parceiros estão planejando um ato de memória em frente ao Tribunal de Justiça do Rio no dia do julgamento.
Este julgamento potencialmente histórico, portanto, representa um marco importante para o país na sua busca pela justiça, pelo respeito aos direitos humanos e pelo combate à impunidade nos casos de assassínios políticos.