Mais de seis anos após o impactante assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o aguardado julgamento dos acusados, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, finalmente chegou. A data para o julgamento, que ocorrerá na próxima quarta-feira (30), foi determinada pelo Juiz Gustavo Kalil em uma reunião especial que aconteceu no Fórum Central do Rio.
Marielle, vereadora pelo PSOL, foi morta a tiros no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018. O crime, que também provocou a morte de seu motorista, teve ampla repercussão internacional e se caracterizou como um ataque à democracia brasileira. A complexa investigação que se seguiu resultou na prisão dos ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz. Ainda em 2021, mais acusações foram feitas, com a prisão dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, identificados como possíveis mandantes do crime, e do ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa. O processo em torno desses alegados mandantes continua em execução no Supremo Tribunal Federal (STF).
O Instituto Marielle Franco vê o julgamento como vital para a busca por justiça, afirmando em um comunicado: Foram 78 meses e mais de 2 mil dias em que marchamos, gritamos e nos emocionamos pela busca de justiça. Agora, a justiça finalmente começará a ser feita. O julgamento tem importância não só para a segurança dos defensores dos direitos humanos no Brasil, mas também para a integridade da justiça brasileira.
O caso também é acompanhado atentamente pela Anistia Internacional. De acordo com a organização, a efetivação da justiça nesse caso é crucial para garantir que os responsáveis por tais crimes sejam punidos de acordo com os padrões internacionais de justiça.
A mobilização em torno do caso continua, com atos sendo realizados em memória da vereadora e seu motorista. Para o dia do julgamento, está previsto um ato em frente à sede do Tribunal de Justiça do Rio com a participação de ativistas e familiares da vítima.
Este julgamento não é apenas um passo significativo em busca de justiça para a vereadora e seu motorista, mas também um momento de reflexão sobre o estado de direitos humanos e democracia no Brasil.