Quase sete anos após o brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, os suspeitos Ronnie Lessa e Élcio Queiroz estão prontos para enfrentar um júri popular na próxima quarta-feira. Esse é um marco significativo na busca por justiça para os crimes que abalaram o Brasil e atraíram a atenção internacional em 2018.
A data do julgamento foi estabelecida pelo juiz Gustavo Kalil, titular do 4º Tribunal do Júri, durante uma reunião especial, na qual participaram os assistentes de acusação, os representantes do Ministério Público e a defesa dos réus. O magistrado, que liderará o julgamento, pediu uma limitação no número de pessoas presentes no plenário para evitar aglomerações.
Marielle Franco, uma vereadora pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), e seu motorista foram mortos a tiros no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, quando voltavam de um encontro de mulheres negras na Lapa. O crime gerou uma profunda comoção nacional e foi considerado um ataque à democracia.
Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, suspeitos de serem os mandantes do crime, já estão presos, bem como Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil. O caso complexo envolve múltiplas forças policiais e tem tramitado no Supremo Tribunal Federal (STF).
No contexto dessa longa e tortuosa jornada em busca de justiça, o Instituto Marielle Franco vê o julgamento como um ponto decisivo. A organização Anistia Internacional, que acompanha de perto o caso, enfatiza que só haverá justiça quando todos os responsáveis pelo crime forem julgados justamente, de acordo com os padrões internacionais, e responsabilizados por seus atos.
Essas organizações, juntamente com a família de Marielle, estão organizando vários eventos em memória de Marielle e Anderson. No dia do julgamento, prevê-se um grande ato em frente à sede do Tribunal de Justiça do Rio. O contínuo clamor por justiça reflete a luta maior dos ativistas pelos direitos humanos no Brasil, que permanece um dos lugares mais perigosos para eles.
Esse julgamento pode ser, sem dúvida, um marco histórico na luta contra a impunidade no Brasil e um passo significativo na busca pela verdade e justiça para Marielle Franco e Anderson Gomes. A despeito do resultado, ele permitirá que a história avance, rumo à cura e à justiça.