Erros de Mineradoras em Tragédia de Mariana: Detalhes do Julgamento na Justiça Britânica

Erros de Mineradoras em Tragédia de Mariana: Detalhes do Julgamento na Justiça Britânica

Em um caso de repercussão global, a Justiça britânica começou a julgar a mineradora anglo-australiana BHP Billiton pela tragédia de Mariana, ocorrida em 2015 em Minas Gerais, Brasil. O incidente, marcado pelo rompimento de uma barragem, causou a morte de 19 pessoas e sérios danos ambientais, liberando 40 milhões de metros cúbicos de resíduos tóxicos e lama no Rio Doce.

Esse julgamento, que está previsto para se estender até março de 2025, foi iniciado com representantes de cerca de 620 mil reclamantes, liderados pelo escritório Pogust Goodhead (PG), apontando os erros que as mineradoras teriam cometido e que poderiam ter levado ao fatídico rompimento.

A barragem em questão era propriedade da Samarco, uma joint venture entre a BHP e a gigante brasileira Vale. De acordo com a defesa, o Conselho de Administração da Samarco era composto majoritariamente por representantes das duas empresas, sem a presença de membros independentes na diretoria executiva.

O advogado que representa os reclamantes, Alain Choo Choy KC, ressaltou que todas as decisões importantes da Samarco eram tomadas mediante o acordo conjunto dos representantes acionistas da BHP e da Vale, enfatizando a responsabilidade direta de ambas as empresas na gestão da barragem.

Dentre as provas apresentadas, foi mencionado que a BHP tinha conhecimento de que a Vale estava depositando cerca de 1,3 milhão de toneladas de rejeitos de mineração na barragem anualmente desde 2009, ultrapassando em muito a quantidade estipulada em contrato.

O próprio escritório PG apontou que a BHP aprovou planos para aumentar a altura da barragem, mesmo ciente da instabilidade e do potencial risco. A mineradora, no entanto, nega as alegações, insistindo que a Samarco operava de forma independente.

A tragédia de Mariana continua sendo objeto de debate e investigação, e este julgamento na Justiça britânica é um passo significativo para a busca de responsabilidades e reparação pelos danos causados. O desfecho do caso será um marco não apenas para as vítimas e as comunidades afetadas, mas também para a indústria mineradora e para a implementação de medidas de segurança mais eficazes.

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