A extrema-direita francesa encontra-se em confronto direto com a esquerda no atual cenário político do país. Em meio a uma crise política, a liderança do partido Reunião Nacional, expressou descontentamento com a possibilidade de um primeiro-ministro da esquerda, numa tentativa de limitar as opções estratégicas do presidente Emmanuel Macron.
Na última segunda-feira, Marine Le Pen e Jordan Bardella, os principais rostos do Reunião Nacional, se encontraram com Macron, visando resolver o impasse criado pelas eleições legislativas antecipadas que ele convocou em julho. Segundo Bardella, a Nova Frente Popular, uma aliança de partidos que varia desde os socialistas moderados até a França Insubmissa, de extrema esquerda, representa uma ameaça para a ordem pública, a paz civil e a vida econômica do país.
Bardella expressou ainda que, caso um primeiro-ministro de esquerda seja nomeado, irá convocar imediatamente um voto de desconfiança contra o premiê. Em sua visão, a Nova Frente Popular, em seus programas, movimentos e personalidades que a compõem, poderia causar fraturas na sociedade francesa, algo que seu partido pretende evitar.
Em contrapartida, uma fonte próxima a Macron indicou que o equilíbrio de poderes está mais para o centro ou centro-direita. Entre os possíveis nomes para a posição de primeiro-ministro estão Xavier Bertrand, um presidente regional conservador, e Bernard Cazeneuve, ex-primeiro-ministro socialista.
Nenhuma força política saiu das eleições com maioria, colocando em igualdade de condições a Nova Frente Popular, o bloco centrista de Macron e o Reunião Nacional. Apesar disso, a Nova Frente Popular obteve mais votos do que qualquer outro partido e defende que sua candidata, a funcionária pública Lucie Castets, seja nomeada como primeira-ministra.
Diante do cenário, a extrema-direita francesa mantém sua resistência. Marine Le Pen sugeriu a realização de um referendo para resolver a atual situação e se mostrou contrária a um governo técnico de tecnocratas apolíticos. Esta dinâmica do cenário político francês evidencia o constante embate entre as forças políticas e a crescente polarização do país.