Em 95, juiz que usava nome falso disse ser descendente de nobres britânicos

Em entrevista concedida ao jornal “Folha de S.Paulo” em dezembro de 1995, logo após ter sido aprovado em concurso para magistrado no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o juiz aposentado José Eduardo Franco dos Reis, que se apresentava com o nome falso de Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, afirmou ser descendente de “nobres britânicos”.

Segundo a publicação, o juiz disse que nasceu no Brasil, mas que morou na Inglaterra até os 25 anos, onde, segundo afirmou, estudou matemática e física. Ele se formou em 1992 na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

Na mesma entrevista, na qual se apresentou com o nome falso, ele afirmou disse que o avô dele foi juiz no Reino Unido, mas declarou que o passado familiar não o ajudou no concurso. “Conheço pessoas com um passado muito tradicional que não passaram”, disse ao jornal.

No início desta semana, a Justiça de São Paulo aceitou denúncia do Ministério Público contra José Eduardo, que se tornou réu. Na sexta-feira (4), o presidente do TJ-SP determinou a suspensão do pagamento da aposentadoria ao magistrado.

“Por razões até agora desconhecidas, o denunciado José Eduardo Franco dos Reis criou a figura de Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield como uma personalidade diversa, porém sem abandonar a identidade real, permanecendo com documentação dupla”, diz denúncia do Ministério Público, que foi aceita pela Justiça.

Ainda segundo a denúncia, em outubro do ano passado, José Eduardo foi ao Poupatempo da Sé, na região central da capital paulista, para obter a segunda via da sua carteira de identidade, usando novamente o nome falso.

“Ocorre que, desta feita, as impressões dígito-papilares colhidas na ficha de identificação civil do fictício Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield foram posteriormente submetidas aos Sistemas de Identificação Automatizada de Impressões Digitais e Automatização de Identificação Biométrica, constatando-se que se tratava do denunciado.”

Por causa da “inconsistência” entre os dados declarados, instaurou-se investigação preliminar pela Delegacia de Polícia de Combate a Crimes de Fraude Documental e Biometria, “na qual se comprovou que, além da duplicidade de registro geral ocasionada pela criação da pessoa fictícia Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, o denunciado José Eduardo Franco dos Reis também obteve dupla inscrição eleitoral e dupla inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas [CPF] da Receita Federal do Brasil, além de passaporte por ele utilizado para deixar o território nacional depois da descoberta fraude.”

A CNN não localizou a defesa do magistrado.

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