O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, avalia ser possível retomar as exportações de carne de frango e ovos para a China em menos de 60 dias. A declaração foi realizada em entrevista à CNN.
O governo decretou estado de emergência zoossanitária após detectar o primeiro foco de vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja de aves comerciais em Montenegro (RS). De acordo com o ministro, estado sanitário de emergência é de 60 dias.
“O foco é um período de aproximadamente 28 dias. [Se] a gente conseguir eliminar todo o foco e rastrear os animais e produção dos animais, a gente acha que é possível, com muita transparência e eficiência, estabelecer um fluxo normal, inclusive com a China, antes dos 60 dias”, afirmou Fávaro à CNN.
O ministro informou que o Brasil tem mais de 200 parceiros comerciais para exportação de frango. A China, por exemplo, suspendeu a compra de frango produzido em todo o país.
Fávaro ressaltou que as restrições das exportações para Japão, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita estão restritas somente ao Rio Grande do Sul.
“Todo o Brasil está em emergência. O Rio Grande do Sul está com alerta total. Todos os aviários do raio de 10 quilômetros da região serão visitados e fiscalizados”, disse Fávaro.
O ministro disse também que as cargas de carne de frango que já estão em trânsito ou que estão aguardando a liberação nos portos não serão afetadas com a situação emergencial.
“Conseguimos demonstrar a todos os países a origem das cargas que estão nos portos e que já estão em curso. O bloqueio se dá a partir deste momento, da publicação da verificação do caso e do Diário Oficial da União. Não há prejuízo comercial para trás, no que estava sendo produzido e exportado até ontem”, afirmou.
A restrição da China à importação de carne de frango do Brasil deve custar mais de US$ 100 milhões por mês, mostram dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Em 2024, o Brasil exportou ao país o equivalente a US$ 1,288 bilhão em carnes e miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas, de aves.
“Estamos rastreando a granja que foi detectado, para onde foram esses ovos e inutilizando esses ovos. Estamos adotando todos os protocolos para restringir os casos de gripe aviária dentro do menor raio possível”, disse Fávaro.
Risco baixo a humanos
A doença não é transmitida para humanos pelo consumo de carne de aves nem de ovos. Segundo o Mapa, não há restrição de consumo.
O Ministério da Agricultura e Pecuária também informou que o risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo. Em geral, a doença afeta tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas, vivas ou mortas.
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