Após quase 10 anos de intensa luta por direitos e reconhecimento, o Assentamento Dorothy Stang, situado em Sobradinho, no Distrito Federal, começa a perceber progressos significativos. O assentamento, que é lar para cerca de 700 famílias, recebeu um investimento considerável de R$2,5 milhões para melhorias de infraestrutura.
Esse investimento é graças ao projeto do Programa Periferia Viva, uma iniciativa da Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades (SNP) em parceria com o Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU – UnB). Um posto territorial será estabelecido como ponto de apoio para as ações de mobilização, participação e articulação entre a equipe técnica, o trabalho social, o poder público e a população, favorecendo as iniciativas previstas no Plano de Ação.
Segundo o secretário de Periferias, Guilherme Simões, a ação sinaliza a retomada de investimentos federais nesses territórios. A missão, segundo ele, é trazer infraestrutura urbana aos territórios de periferia, assim como políticas públicas alinhadas, por meio do Programa Periferia Viva.
O projeto traz um comitê gestor composto por 12 integrantes, além de voluntários que se engajam em mobilizações e compartilham a gestão do território. Kênya Santos de Abreu, moradora e parte do comitê gestor, menciona ainda a existência de questões a serem resolvidas, como insegurança na comunidade.
Com relações às melhorias proporcionadas pelo apoio do programa, a moradora Luciene Xavier Bahia identifica vários avanços. Há relatos de que a comunidade vivia às vezes até três dias sem água, porém agora ela é regular.
O nome do assentamento faz menção à missionária católica norte-americana Dorothy Stang. Ela era fortemente contrária à exploração ilegal das florestas e foi assassinada em 2005, em Anapu, no Pará. A homenagem a ela é uma lembrança da luta pelos direitos das comunidades da periferia e a relevância das suas conquistas na melhoria de vida desta população.