Um esforço inegável está sendo feito para combater a poliomielite com uma campanha de vacinação prevista para começar na Faixa de Gaza. Porém, a Organização Mundial da Saúde (OMS) levantou preocupações sobre a viabilidade dessa missão dada as pausas humanitárias programadas para acontecer no meio do conflito em curso na região.
Com a cooperação tanto de Israel como do grupo palestino Hamas, está prevista uma pausa humanitária que permitiria a vacinação. No entanto, o prazo estabelecido de três dias para cada uma das duas rodadas de vacinação é visto com apreensão. O objetivo é alcançar uma cobertura de 90%, mas a situação precária na região levanta dúvidas sobre a viabilidade de alcançar essa meta no prazo estabelecido.
As dificuldades são agravadas por questões de segurança na região, danos a infraestruturas que incluem estradas, e o deslocamento de populações. Enquanto a OMS monitora a cobertura vacinal ao longo da campanha, acordaram em estender a vacinação por um dia adicional se necessário.
Apesar do desafio em mãos, o objetivo da campanha, coordenada em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), é nobre. A meta é imunizar cerca de 640 mil crianças com menos de 10 anos que vivem na região. Muitas delas nunca receberam doses contra a pólio ou estão com esquema incompleto.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um apelo emocionado, enfatizou a necessidade de segurança, não apenas para os profissionais de saúde envolvidos, mas também para as crianças e as unidades de saúde.
Na semana passada, um caso de pólio foi confirmado na Faixa de Gaza – o primeiro em 25 anos. Diante disso, a OMS, juntamente com o Unicef, está instando todas as partes envolvidas no conflito a implementar pausas humanitárias que permitam a realização das campanhas de vacinação de maneira segura e eficaz.
Não obstante, a única solução real para garantir o bem-estar das crianças de Gaza, segundo Ghebreyesus, seria um cessar-fogo. Estamos agora em um momento crítico em que o ressurgimento da poliomielite representa uma ameaça real para as crianças em Gaza e em países vizinhos. Somente um cessar-fogo faria com que essa ameaça fosse endereçada de maneira adequada, garantindo uma saúde pública segura para a região.