A Operação Postos de Midas, coordenada pela Polícia Federal, está investigando o deputado estadual do Rio de Janeiro Thiago Rangel (PMN). A ação investiga práticas criminosas como fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, entre outras.
Na última segunda-feira (14), agentes cumpriram mandados de busca e apreensão, concentrando-se, particularmente, em Campos dos Goytacazes, onde Rangel tem um forte reduto eleitoral. Entre os itens apreendidos encontravam-se um total de R$ 160 mil em espécie, um veículo de luxo blindado com valor estimado em R$ 350 mil, além de celulares, computadores, dispositivos de armazenamento e uma série de documentos.
Na operação, a Polícia Federal contou também com a colaboração da Receita Federal e do Ministério Público Estadual (MPRJ). Participaram mais de 60 policiais federais, servidores da Receita Federal e integrantes do Ministério Público que cumpriram 14 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais, comerciais e em quatro prédios públicos em Campos dos Goytacazes, Região dos Lagos, região metropolitana e na capital fluminense.
Segundo a investigação, os crimes teriam ocorrido ao longo de 2021, e envolveriam um complexo esquema de lavagem de dinheiro operado por meio de postos de gasolina, através do qual recursos públicos teriam sido fraudulentamente desviados. Vale destacar que tudo começou com a prisão em flagrante de um dos membros da organização criminosa em setembro de 2022.
O inquérito revelou um esquema criminoso de contratações diretas, com dispensa fraudulenta de licitação, de empresas ligadas ao deputado Thiago Rangel, resultando no sobrepreço e consequente desvio de recursos públicos. Estes, posteriormente branqueados através de uma rede de postos de combustíveis.
A defesa de Rangel negou as acusações, demonstrando confiança de que o Poder Judiciário esclarecerá a realidade dos fatos. A Assembleia Legislativa do Rio também se manifestou, afirmando que está acompanhando o caso atentamente.
O nome da operação teria sido uma alusão ao Rei Midas, que de acordo com a mitologia, poderia transformar tudo que tocava em ouro. Isso seria uma clara referência ao surpreendente crescimento patrimonial de Rangel, que viu seu patrimônio saltar de R$ 224 mil para R$ 1,9 milhões em apenas um período eleitoral.