Em um recente evento com o objetivo de discutir questões indígenas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi instado a tomar firme ação sobre a demarcação de terras indígenas. A reunião, realizada no Museu Nacional, tornou-se o fórum para a discussão de uma ampla gama de questões importantes para os povos indígenas do Brasil.
A anciã Yakuy Tupinambá criticou os trâmites burocráticos de devolução do manto e pediu que seja alocado oficialmente no território tupinambá, na Bahia, e não no museu. A líder indígena também destacou a necessidade de mais ações em resposta ao chamado marco temporal. Também foram levantadas questões relacionadas à construção de um museu de arte tupinambá, respeito e garantia dos direitos indígenas, a autonomia do Ministério dos Povos Indígenas, a reforma da FUNAI e a anistia e reparação para os povos indígenas e africanos.
Lula, em sua resposta, enfatizou as mudanças implementadas desde o início de seu governo. Segundo ele, o fato dos povos indígenas poderem reclamar diretamente para o governo é uma vitória em si mesma, algo que não ocorria em governos anteriores. O presidente criticou a tese do marco temporal e afirmou seu compromisso com os direitos dos povos indígenas. Ele citou entre as ações governamentais a criação do Ministério dos Povos Indígenas e a desintrusão de territórios ocupados por não indígenas.
Em relação ao manto sagrado tupinambá, o Presidente defendeu que o Museu Nacional seja considerado um abrigo temporário, até que sejam criadas condições para transferir o objeto sagrado de volta ao território tupinambá.
O manto sagrado em questão é composto por 1,80 metros de altura e milhares de penas vermílias de aves guará. Ele foi trazido para Copenhague em 1689 e provavelmente produzido quase um século antes. Ele tem estado entre as disputas de repatriação de artefatos culturais de vários países europeus.
Este recente encontro serve para destacar alguns dos principais debates contemporâneos envolvendo os direitos dos povos indígenas no Brasil, que incluem a demarcação de terras, a proteção cultural e a preservação da soberania indígena.