A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou uma ligeira queda de 0,3% na produtividade do setor de transformação brasileiro durante o segundo trimestre. Este decréscimo segue a queda anterior de 1,4% no primeiro trimestre do ano. Contudo, a CNI mantém uma visão positiva e considera que esses números indicam uma estabilidade relativa, ao invés de um declínio preocupante.
Essa conclusão é baseada na avaliação de que, apesar da referida queda na produtividade – que é calculada com base na proporção entre o volume produzido e o número de horas trabalhadas -, a produção industrial conseguiu efetivamente subir 0,9%, enquanto as horas trabalhadas apenas tiveram um aumento de 1,3% no mesmo período.
Desse modo, mesmo com o declínio indicado, o que se percebe é que os setores industriais continuaram a produzir mais, embora as horas trabalhadas tenham aumentado num ritmo mais lento que no trimestre anterior. Isto reafirma a tese da CNI sobre a estabilidade do setor.
É importante destacar também outro indicador que favorece a visão positiva: quando a produtividade é medida pelo total de trabalhadores, em vez do número de horas, o setor tem resultados melhores, com alta de 0,4% no segundo trimestre. Segundo a CNI, esse é o melhor resultado nessa medição desde o segundo trimestre de 2022.
São grandes as expectativas da CNI para um aumento da produtividade nos próximos trimestres. Isso deve-se, em grande parte, ao fim dos ciclos de treinamento dos novos trabalhadores e às recentes medidas do governo federal que visam melhorar as condições para a modernização industrial. Essas iniciativas, como as linhas de financiamento do eixo Indústria Mais Produtiva do Plano Mais Produção e a nova lei de depreciação acelerada, prometem impulsionar o crescimento da produtividade.
Observando o contingente histórico desde 2013, a produtividade da indústria brasileira acumulou uma queda de 1,2%, reflexo de uma redução de 16,5% nas horas trabalhadas e uma queda ainda maior no volume produzido (17,4%). A maior parte deste declínio ocorreu nos últimos cinco anos, apesar de um crescimento de 7,1% na primeira metade da década.
A CNI atribui esta queda à retração da demanda e às altas taxas de juros que impactaram negativamente os investimentos da indústria. Ainda assim, as perspectivas são positivas com a expectativa de melhora nas condições para investimento na modernização industrial.