Está em jogo uma situação diplomática complexa, onde a Venezuela procurou minar a tutela do Brasil sobre a Embaixada da Argentina em Caracas. Conforme as normas das relações exteriores expressas pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, não pode haver revogação unilateral da custódia. Isso significa que o pedido da Venezuela é visto como invalidado, desde que um substituto para essa representação não seja oficialmente apontado.
No mês anterior, o governo brasileiro aceitou temporariamente representar a Argentina na capital venezuelana. Essa oferta veio após o presidente Nicolás Maduro decretar o fechamento da embaixada argentina e ordenar a expulsão dos diplomatas argentinos, com a bandeira brasileira então sendo hasteada onde estava a bandeira argentina.
A atitude da Venezuela também certamente irritou outros países da América Latina, quando o país expulsou as missões diplomáticas do Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai.
A mídia de Buenos Aires informa que, em meio a essas manobras diplomáticas, seis opositores ao regime do presidente Nicolás Maduro continuam refugiados na embaixada. Eles agora enfrentam o cerco de agentes da Direção de Ações Estratégicas e Táticas da Polícia Nacional Bolivariana, e do Serviço Bolivariano de Inteligência.
De acordo com relatórios, a situação alcançou um estágio crítico com o fornecimento de luz da embaixada sendo cortado, e agora dependendo exclusivamente de geradores para manter a energia. A situação reflete a tensa relação entre países da América Latina, aprofundando a crise diplomática existente. Enquanto o substituto para a representação da Argentina na Venezuela não for apontado, o Brasil continuará defendendo os intereses deste país, independentemente da pressão sofrida.