A Terra Indígena Kayapó, que abrange os estados de Mato Grosso e do Pará, enfrenta uma situação alarmante com mais de 17% de seu território devastado pelo fogo, conforme aponta o relatório divulgado pelo Greenpeace Brasil. A maior concentração desses focos de calor, compreendendo 61,25% do total deste ano, ocorreu em setembro.
Os incêndios têm sido o pior episódio desde 2012, quando o monitoramento começou. Um total de 571.750 hectares do território indígena já foram consumidos pelo fogo. Isso foi particularmente evidente no dia 4 de setembro, um dia antes do início da Operação Xapiri Tuíre, uma ação interinstitucional destinada a combater os crimes relacionados à mineração ilegal na região.
Esses focos de calor são particularmente preocupantes, pois um em cada cinco na Amazônia foi identificado em terras indígenas. Em setembro, as terras indígenas de todo o bioma somaram 511 focos de calor, enquanto a Amazônia como um todo registrou 2.512 focos.
O relatório do Greenpeace Brasil observa que, em alguns casos, os incêndios florestais estão em áreas próximas ou superpostas às novas áreas de mineração descobertas em 2024. Os incêndios e a mineração ilegal têm compreensivelmente devastado a comunidade local, com o Território Indígena de Kayapó sofrendo o maior impacto.
Além disso, é importante lembrar que os povos indígenas são os maior defensores da biodiversidade local. A proteção de seus territórios não apenas beneficia suas comunidades, mas é essencial para a saúde ambiental do nosso planeta. Com a crise climática atual, a defesa das florestas e a saúde dos indígenas são mais críticas do que nunca.
O Brasil está enfrentando uma urgência climática que tem consequências devastadoras para os indígenas e a biodiversidade local. É imperativo defender esses territórios e pressionar o governo a acelerar os processos de demarcação. A conservação dos territórios indígenas traz benefícios para todos e é uma etapa crucial para combater a crise climática.