O Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, numa reunião da cúpula do BRICS ampliada com 36 países, que decorreu em Kazan, Rússia, destacou a situação preocupante na Faixa de Gaza, enquanto criticava a omissão de determinados países perante os eventos que lá ocorrem. Vieira salientou que a paz só será possível com a formação de um Estado Palestino independente, uma noção que tem sido continuamente rejeitada pelo governo de Israel.
O ministro expressou sua decepção com a atitude dos países que afirmam ser defensores dos direitos humanos, mas escolhem ignorar ou ser cúmplice das graves injustiças que acontecem na Faixa de Gaza. Por outro lado, reconheceu os esforços dos países do Sul Global que buscam uma resolução pacífica do conflito.
O Sul Global refere-se em grande parte aos países em desenvolvimento ou emergentes,localizados no hemisfério sul. Estes países têm demonstrado coerência ao defender a cessação das hostilidades como estipulado pela Assembleia Geral da ONU.
Contudo, a situação em Gaza, que muitos classificam como um genocídio contra o presente povo palestino, tem enfraquecido a autoridade do Conselho de Segurança da ONU e a integridade do direito humanitário internacional. É um cenário complexo, que necessita de uma atenção global imediata.
O chanceler brasileiro expressou preocupação com a resposta desproporcional de Israel e o consequente sofrimento do povo palestino. A hostilidade atual, comparável ao bombardeamento de cidades como Dresden, Hamburgo e Londres durante a Segunda Guerra Mundial, foi sublinhada por Vieira.
Mauro Vieira também destacou a cúpula do BRICS, explicando que o grupo deve muito aos esforços do G77 e do Movimento Não-Alinhado. O chanceler ressaltou a necessidade de reforma das Nações Unidas, e que o Brasil está a considerar propor uma revisão da carta da ONU.
Em seu discurso, o Ministro também referiu a guerra na Ucrânia, ressaltando a iniciativa do Brasil e da China na criação do grupo Amigos da Paz, com o objetivo de resolver o conflito. E criticou fortemente o longo embargo econômico dos Estados Unidos contra Cuba, citando as diversas violações dos direitos humanos e os danos infligidos aos cidadãos cubanos como resultado dessas medidas.
É evidente, portanto, que Mauro Vieira, e por extensão o Brasil, estão comprometidos com a resolução pacífica de conflitos e com o respeito generalizado pelos direitos humanos. A esperança é que este discurso incite a ação internacional em direção à paz global e justiça.