A revitalização e preservação da rica herança africana na região conhecida como Pequena África, no centro do Rio de Janeiro, receberá um significativo apoio financeiro. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou um contrato de financiamento de R$ 10 milhões com uma coalizão de organizações que objetiva fortalecer as instituições de memória e cultura da região.
Esta região carrega em seu solo as marcas do Cais do Valongo, um sítio arqueológico reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco. Historicamente, esse local era o principal porto para a entrada de africanos escravizados no Brasil, tornando a Pequena África um dos lugares mais emblemáticos do país na preservação e valorização da cultura africana.
A coalizão vencedora do edital do BNDES é composta pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), PretaHub e Diaspora.Black. Essas instituições são reconhecidas pelo relevante trabalho desenvolvido nas frente de valorização da cultura africana e no fortalecimento da comunidade negra brasileira.
Com o investimento, a expectativa é que projetos como o Viva Pequena África consigam executar uma série de iniciativas para o desenvolvimento local e consolidação dos territórios de memória afro-brasileira, tais como a criação de espaços culturais e a realização de seminários internacionais que visam promover, proteger e difundir o patrimônio cultural.
A contribuição do BNDES também será determinante para solidificar o afroturismo, fortalecendo a Pequena África como principal destino para os turistas interessados na experiência cultural afro-brasileira. Antonio Pita, cofundador e COO da Diaspora.Black, destaca a importância dessa iniciativa para o empoderamento social da população negra e para a economia sustentável local.
No cenário social brasileiro, projetos que buscam a equidade racial e a preservação da memória afro-brasileira se mostram indispensáveis. O BNDES, além de dar suporte financeiro a essas iniciativas, também se compromete a combater o racismo e a discriminação no ambiente corporativo, tornando-se parte do Movimento pela Equidade Racial (Mover) e do Índice de Equidade Racial nas Empresas (Iere), ambos pertencentes à Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial.”