A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, quebrou o silêncio e falou aberta e energicamente contra a diminuição e relativização de episódios de violência. A declaração de Franco ocorreu em resposta à demissão do Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Sílvio Almeida, que foi acusado de cometer assédio sexual. Segundo notícias divulgadas pela imprensa, Anielle era uma das supostas vítimas do ministro demitido.
Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, afirmou, enaltecendo a conduta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante do caso. Ela expressou gratidão por todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebeu.
Franco também destacou os malefícios de pressionar vítimas a falar durante períodos de dor e vulnerabilidade, uma prática que, segundo ela, só amplia o ciclo de violência. Ela reafirmou o compromisso do governo federal no enfrentamento da violência e solicitou respeito à sua privacidade durante esse período delicado.
As sérias alegações contra Almeida vieram a público por meio do portal de notícias Metrópoles e posteriormente foram confirmadas pelo movimento Me Too. O ex-ministro refutou veementemente as alegações, referindo-se a elas como mentiras e ilações absurdas. Confirmou também que solicitou uma apuração cuidadosa do caso à Controladoria-Geral da União (CGU), ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e à Procuradoria-Geral da República (PGR).
A Polícia Federal (PF) já se comprometeu a investigar as denúncias de suposto assédio sexual contra Almeida. O ex-ministro foi convocado na noite anterior para prestar esclarecimentos a Vinícius Carvalho, controlador-geral da União, e a Jorge Messias, advogado-geral da União, sobre as alegações publicadas pela imprensa.