A proposta controversa de reforma judicial no México, que muitos críticos acreditam que possa danificar o ambiente de negócios do país, está um passo mais perto de se tornar lei. Essa proposta terminou a sua tramitação na fase de comissões do Senado mexicano no final do domingo (7). De acordo com a redação da reforma, mais de 7 mil juízes e magistrados, inclusive da Suprema Corte, seriam eleitos por voto popular. Os opositores argumentam que essa mudança poderia debilitar um controle vital sobre o Poder Executivo.
A proposta de reforma foi promovida e apoiada pelo presidente Andrés Manuel López Obrador e tem tensões escaladas nas relações com os Estados Unidos. Defensores veem a reforma como uma oportunidade de reforço para a democracia no país, argumentando que várias pesquisas indicam um suporte público significativo para a reforma.
Essa proposta de lei foi aprovada nas comissões do Senado por 25 votos a favor e 12 contra. A reforma já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e está prevista para ser votada no plenário do Senado na quarta-feira (11). Para o partido governante e seus aliados garantir a aprovação da reforma, é necessário o apoio de apenas um senador da oposição. No entanto, já se sabe que os senadores da oposição prometeram votar contra a medida.
Durante o debate de domingo, a presidente da Suprema Corte, Norma Pina, fez um apelo aos parlamentares para que considerassem as propostas dos juízes antes de apoiar qualquer mudança. Pina afirmou, em um discurso televisionado, que a demolição do sistema judicial não é o caminho a ser seguido.
O debate sobre a proposta tem gerado protestos em todo o país, com trabalhadores do sistema judiciário, grupos civis e estudantes universitários fazendo manifestações contra a reforma em torno do Senado mexicano e em várias cidades do país. Em contrapartida, outros manifestantes demonstraram seu apoio à reforma e ao presidente. Para não piorar o cenário, autoridades garantem que os protestos ocorreram sem incidentes.
López Obrador, por sua vez, argumenta que a reforma visa eliminar a corrupção no Judiciário. No domingo, durante um evento público, ele questionou: Qual é o medo?
A Câmara dos Deputados do México aprovou a reforma na quarta-feira passada, após uma série de sessões. Agora, o país aguarda a votação no Senado para conhecer o destino da reforma judicial que tem dividido opiniões e causado polêmicas por todas as partes.